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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

Setembrino e Filé

16.11.19, Dulce Ruano

Setembrino.jpg

Setembrino é um angolano de quarenta e cinco anos que conheci em doismiledezassete, tinha acabado de chegar a esta cidade pela primeira vez na sua vida com o objectivo de tirar doutoramento em Engenharia Industrial na nossa universidade, vinha acompanhado com a sua esposa Filé que apenas ficaria por dois ou três dias. Os seus pequenos filhos tinham ficado em Luanda.

O nosso primeiro encontro foi num restaurante, Filé mostrou-se reservada e na defesa, poucas falas resumidas às respostas das perguntas, Setembrino ligeiramente mais liberto, tinham acabado de chegar, procuravam para ele um lugar para residir e através de um contacto de uma pessoa minha conhecida me pediram para o ajudar.

Setembrino arranjou poiso numa residencial católica mas tinha o objectivo de ter uma casa e até uma empregada que lhe tratasse das comidas, das roupas, limpeza, visto que ele tinha de se dedicar inteiramente ao doutoramento, no entanto, Filé sempre de olho nele apesar da distância, até parece que ela tem uma mola num olho e estava sempre activá-la de modo que a mola o fizesse chegar de Luanda aqui em tempo real, Setembrino acabou por não avançar com a idéia, pois segundo ela, não ficava bem um homem viver sozinho pelo que teria de se manter na residencial.

Passado algum tempo, não muito, Setembrino ausentou-se por um largo período, tanto Filé como o bom senso lhe tinham informado que o melhor seria optar pelo bem estar da Familia, ainda assim, sempre que vem cá contacta-me sempre, uma destas vezes convidámo-lo a um convívio em nossa casa, era sábado, era verão e junto com outros amigos e o nosso vizinho que já tinha vivido vários anos em Angola, fizémos um encontro engraçado no nosso Barbecue, entre grelhados, conversas, boa disposição, foi deveras agradável o tempo que passámos, quando o fomos deixar na residencial ia tão mas tão divertido e feliz que nos disse nunca ter passado assim um momento tão bom e tão bem que lhe fez à alma.

Setembrino é uma pessoa bastante culta, adora estudar, é inteligente e sonhador, interessado pela aventura, descoberta, pelo saber, é um bom conversador, não se apanha seca com ele, é um homem calmo mas perspicaz e empreendedor, está sempre com pensamento no negócio, um impulsionador de ideias e tem o dom de elogiar os outros, bom carácter, entusiasta.

Irmão de 12, eram 13 mas actualmente é sozinho, o último irmão partiu no ano passado e assim tem a Familia que constituiu, viveu uma grande parte da sua vida em Cuba, desta forma tem uma ideologia mais aberta que uma grande parte do seu povo, não por ter sido em Cuba mas pelo facto de ter saído de África, nunca foi dado à pratica da religião, confessou que ia a uma única missa em todo o ano que era a de Natal, ia por ir, no entanto após regressar a Luanda e conhecer a sua amada Filé, por imposição da sua grandiosa fé se tornou um católico praticante, agora não falta a uma missa diz que já não pode passar sem ir, esteja onde estiver! A fé move-o.

Em sua casa reza-se antes das refeições e falámos disso à volta da mesa de jantar em minha casa da última vez, disse que o seu filho com seis anos balda-se a essa regra, o que quer é comer, ora que bem que ele faz, mas não, não se rezou à volta da minha mesa, não desprezamos a opção, respeitamos, há que acatar e respeitar, só isso!

Para este jantar fiz um arroz de pato acompanhado com alface e canónigos, estava delicioso, Setembrino estava deslumbrado com o sabor, até perguntou como fiz mas sem interesse que eu lhe desse a receita pois ele nem um ovo sabe estrelar segundo disse, confeccionar comida está completamente fora do seu âmbito.

Terminámos o jantar com filhoses salpicadas de açúcar e canela, foi de propósito, sabia que ele não fazia idéia do que eram filhoses, gostou muito e sabendo que foram feitas pela minha mãe e pelo Francisco melhor lhe soube, fiz ainda uma bolo de chocolate tipo tarte, estava maravilhoso, comeu-se todo: seis ovos batidos com seis colheres de açúcar, junta-se chocolate derretido com 150 grs de manteiga e vai ao forno, guarda-se um pouco deste batido para cobertura do bolo depois de sair do forno.

O doutoramento vai prosseguindo mas à distância, com o seu mentor via on-line, não tem outra hipótese de prosseguir com este projecto, isto se quer manter a sua família, Filé é que manda em casa, tal como ele diz que eu também mando na minha, baseou-se no quadro de lata que tenho pendurado na cozinha:

Regras da casa:

Regra número um: A mãe é que manda

Regra número dois: Ver a regra número um

Comprei esta lata em Óbidos e também comprei outra que dizia: Os amigos são a Familia que escolhemos mas este ofereci a uns grandes amigos que têm pendurado na faixada principal da sua casa de pedra.

Filé é uma boa pessoa porém extremamente conservadora e possessiva, não tem mal nenhum nisso, cada um adapta-se e aceita o que entende ser ou estar, há que respeitar mas Setembrino sente-se sufocado, ele, um homem de mente aberta, uma grande parte da sua vida fora de África, tornou-se visionário e sonhador, porém Filé corta-lhe as asas mas ele sabe que ela é assim e acaba por respeitá-la, opção dele.

Setembrino e Filé não são os seus verdadeiros nomes, a história é.

As compras que fui fazer e não fiz

16.11.19, Dulce Ruano

Courgettes recheadas.jpg

No tempo de almoço que me restava que eram 40 minutos, fui ao hipermercado para comprar dois produtos na área da charcutaria. Ainda pensei não ir por achar que algum imprevisto sempre acontece quando se vai às compras, ou se encontra alguém conhecido ou vamos procurar produtos que nem tínhamos pensado, enfim, uma infinidade de coisas, mas acabei por decidir ir pensando que no final do dia não me daria jeito nenhum, mesmo nenhum e sem falta precisava destes dois produtos.

Lá fui então na expectativa que fosse tudo eficaz porque precisava de pelo menos cinco minutos para tomar um café de forma relaxada. Ao entrar deparo-me com as frutas e legumes que estão sempre a chamar por mim, ora lá trouxe umas coisitas, era de esperar, depois passei pela seção das oportunidades e claro, lá vieram mais umas coisas, aproveitei e dei dois dedos de conversa a umas pessoas conhecidas que traziam o filho doente e claro está foi o mote de conversa! sigo e estaciono o cesto das compras a alguma distância da charcutaria e ao dirigir-me para lá descubro porque é que o hipermercado estava “às moscas”, estavam imensas pessoas mas imensas mesmo para serem atendidas na charcutaria, maior parte para levarem refeições quentes, claro, eram horas de almoço e grande parte delas ainda pediam um bocadinho de fiambre, grrrr! Tudo para demorar mais tempo.

Aproveitei esta espera e ainda fui buscar outro produto que me lembrei. Regressei à fila de espera, olhava para o contador de senhas ainda tinha dez pessoas na minha frente, aproveitava o tempo para verificar se estavam essas pessoas todas para atender e aparece sempre alguém em algum canto a dizer “sou eu”, uma funcionária servia uma refeição aparentemente para ninguém da fila e de facto não estava lá, mas estava sentada à mesa na zona de refeição pelo que na verdade contar as pessoas à nossa frente não é muito de fiar, olhava para o relógio e achava que havia tempo mas estava a encurtar.

Entretanto já tinha visto uma mãe e filha na mesma zona e conhecidas minhas mas há para aí uns “vinte anos” que não as via e francamente são pessoas que não me dizem muito mas por afinidades da minha família (amizades) sinto que as devo cumprimentar, mas claro só se me virem e como ainda não me tinham visto confesso que as evitei, não íamos dizer nada de jeito apenas cumprimentar e dizermos mutuamente “Ai, há tanto tempo que não a via, então anda boa?” sim, porque desde que não tenha interesse na pessoa nem faço perguntas sobre nada da sua vida.

Então, evitei este encontro e continuei na luta do tempo que não queria desistir porque aqueles dois produtos tinham sido o motivo da ida e estava mesmo a ver que não ia cumprir com o objectivo, isto fazia-me ficar frustrada e aborrecida e com ganas de querer voltar atrás e não ter ido ali a correr em vez de estar a relaxar no meu tempo de pausa, até que chego a um ponto em que decido ir embora aborrecida, vou para a caixa!

É dose! Havia três caixas abertas qual delas a mais longa, como é possível que aparentemente não havia ninguém e a concentração era onde eu queria estar, na charcutaria e nas caixas, havia carrinhos cheios de compras, por sua vez as funcionárias de caixa como não tinham pressa para ir para lado nenhum estavam muito lentas e nada andava, ninguém se mexia, ai c’a nervos!!!

Escolho uma e só pensava o quão frustrada tinha sido a minha investida, nada tinha corrido bem, nada mesmo, não levava o que precisava mas levava outras coisas que não estavam nos planos. A Caixa não andava e estava decidida a tomar um café, não é que me fizesse muita falta mas era a tentativa que algo corresse minimamente como eu tinha idealizado.

Estou na fila e qual o meu espanto que ao virar ligeiramente a cabeça vejo a mãe e a filha atrás de mim que naturalmente tive de fazer aquele ar de espanto, “ohhh olá, vivam então como têm passado, tudo bem?” e do lado delas a mesma pergunta, o expectável. Tive um pensamento que ainda me irritou mais, era na charcutaria que elas estavam e com uma senha a seguir a mim, o que quer dizer que daria tempo de eu pedir os meus produtos , claro que o tempo que eu estava ali à espera teria sido atendida pois elas foram e estavam na fila logo a seguir a mim, epá! Não foi justa a minha decisão.

Aproveitei para me desculpar de não dar mais conversa que tinha apenas cinco minutos para regressar ao trabalho e a mãe pergunta se o local de trabalho era longe respondi que precisava de cinco minutos!

Em frente à caixa onde me encontrava está um quiosque que serve cafés, agarro numa moeda de dois euros e corro ao balcão, peço um café num copo de plástico e o troco e regresso de imediato à caixa, ao chegar começo a meter conversa com a senhora da caixa dizendo que todo o serviço estava muito lento, havia falta de recursos humanos e ela concordou e disse-me de forma bastante sisuda que eu tinha de fazer reclamação por escrito, ora bolas, eu estava a dizer-lhe aquilo na boa, na desportiva, em forma de descompressão mas ela levou a peito (será que seria pela minha cara que deveria estar a demonstrar todo o desagrado por o que estava a passar?) quase certo.

No mesmo tom acabei por lhe dizer que independentemente de nós clientes reclamarmos por escrito ela própria também serviria de veículo de transmissão das reclamações de serviço dos clientes mas enfim ela não atingiu a idéia e continuava descontente comigo, paguei e dou duas passadas para o quiosque para recolher o café e tomei-o em direcção ao carro, ao me dirigir ao café ouvi a voz da filha “vai com cuidado na estrada”, eheheheh simpática.

 

 

O Gel

16.11.19, Dulce Ruano

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Visitei uma amiga que apesar de falarmos com frequência por telefone não é hábito nos encontrarmos pessoalmente e só apenas porque não, nada mais.

Estive em casa dela com um determinado propósito e num momento ela pega em duas embalagens de um produto com aparências de cosmético e me pergunta: “os teus filhos usam gel?” e eu com uma cara de parva e totalmente desprevenida respondi que sim, mas a verdade é que aquele sim saíu-me tão espontâneo que fiquei a partir dali a matutar que sim era aquele e porque me saiu.

Conversa decorreu normalmente, o menino mais novo o que tem três anos estava adoentado e completamente estarrecido sobre o seu ombro, coitadinho, que energia a de aquele menino e até custava vê-lo assim, mas já sei que melhorou.

Perguntei o propósito de me dar aquelas embalagens, logo duas, de uma marca bastante reconhecida mundialmente ao que ela me explicou que uns meses atrás tinha aberto um cabeleireiro mas as coisas não correram bem e teve de fechar, aí percebi que eram produtos de lá e por certo ainda tinha algum stock.

Despedimo-nos, saí com as duas embalagens na mão, entro no carro, pousei-as no assento e a mim só me batia na cabeça o tal sim, cheguei a sentir necessidade de me debruçar naquilo.

A caminho de casa fui a pensar na razão porque é que, se ela já tinha fechado o salão há vários meses, tem uma Familia grande, tem amigos, que stock teria ela comprado daquele gel ao ponto de ainda me dar duas embalagens de gel de banho. Muito estranho.

Cheguei a casa e fui deixar as embalagens na casa de banho que tinha feito obras na semana anterior e ainda me sentia toda vaidosa com a novidade, moderna e prática. Alertei o Duarte que as tinha lá deixado.

Nesse serão e após o jantar, Duarte foi tomar um duche, depois de lavadinho chamou-me e disse que tinha experimentado o gel novo (eu de repente airosa de contente por ele já o ter posto em prática, afinal tinha trazido havia tão pouco tempo) mas que tinha achado aquele gel um pouco estranho que nem espuma fazia e eu ignorante olhei de novo para uma embalagem, comecei a ler e dizia lá, sim, lá no rótulo “Hair gel extra forte”!!! Eu sei. Eu mereço!

 

 

Assim se fica sem jantar

16.11.19, Dulce Ruano

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Era sábado e fui à praça. Sim, à praça, maioria das pessoas dizem “mercado” mas fui habituada ao termo porque cresci numa época em que toda a gente dizia “praça” e para mim não havia outro termo senão este.

O som desta palavra entra-me nos ouvidos como se uma coisa intima e pessoal se se tratasse, como se fosse uma parte física de mim e só me pertence a mim, em certa parte o é.

Quando vou à praça aos sábados de manhã, para além da nostalgia que sinto, encanta-me aquelas bancadas de frutas, de verduras, gosto da vitrine dos bolos mesmo não sendo iguais fazem-me lembrar os bolos de quando era miúda, gosto da mistura de cheiros, gosto da azáfama das pessoas às compras, o regatear dos preços, os olhares das vendedoras sobre os clientes a passar.

Quando vou raramente levo uma idéia do que vou comprar, mas sei que venho carregada com imensas coisas e com a sensação de ter investido bem o meu dinheiro, produtos da época e naturais.

Fui e dirigi-me ao talho onde há sempre muita gente e as pessoas esperam montes de tempo para o atendimento, tive sorte, havia três ou quatro pessoas na minha frente, esperei e prestes a ser atendida chega uma senhora com aparência já de alguma idade, mais de oitenta, muito bem arranjada, nisto perguntam do lado de lá do balcão, “quem está a seguir” e a senhora diz “sou eu” e eu indago “desculpe, mas eu cheguei bastante antes da senhora” e ela “ah, com certeza, nem me apercebi, não leve a mal”, reparei que era boa senhora, foi educada e atenciosa, este factor deixou-a por cima, sem dúvida, é certo que eu lhe podia ter dado a vez, aiii, mas eu tinha tanta pressa, entretanto um funcionário atende-a também a ela.

Peço umas iscas de fígado e ela pede um quilo, veja-se bem, um quilo de rins!! Fiquei intrigada, ós anos que não comia rins e para ser franca não senti saudades de tal no entanto aquilo despertou-me curiosidade, reparei que o senhor que a atendia os limpou muito bem, abriu-os ao meio, removeu os canais urinários, gostei do aspecto daquilo e enquanto me cortavam as iscas de fígado, viro-me para a senhora “permita-me perguntar-lhe, como arranja os rins?” e ela de uma simpatia enorme me explicou os temperos e a forma de cozinhar, agradou-me de tal modo que quando o senhor lhe entrega os rins digo para ele “apesar de estar a ser atendida pelo seu colega, gostaria que o senhor me preparasse quatro rins que esta senhora já me deu a receita de como os preparar”, “com certeza”. Recolho aqui a primeira receita e continuo nas compras toda satisfeita com a conquista.

Do talho passo para as frutas e verduras, dou uma vistoria por todas bancadas, trago azeite que já estava encomendado, olho para os bolos mas não compro, vou saltitando de bancada em bancada, vou comprando umas coisas, vou dando uns dedos de conversa às senhoras que vendem, falamos das suas produções, das terras, do tempo conforme tem afectado as colheitas e que também me afectou com as pequenas produções do meu quintal e termino na banca de uma senhora que é mais conhecida que outras, pomo-nos na conversa, mando cumprimentos para um casal bastante idoso que conheço lá da terra dela (que história esta! de como conheci este casal) e comprei-lhe algumas frutas: figos, peras, alperces e cerejas. Falávamos sobre as várias qualidades de cereja que ela tinha e diz-me “olhe, vou-lhe dar uma receita de bolo de cereja”, “ah é? Então diga lá que eu tomo nota e faço-o ainda hoje”, “Então leva: três ovos, meio quilo de cereja sem caroço, meia chávena de açúcar, meia chávena de óleo ou azeite, uma chávena de farinha”, “hmmm…”, “Olhe que é muito bom”, “Obrigada, vou fazer esta tarde”…. Ai, e fiz mesmo, ficou tãooooooo bommmmmmmm. Mais uma receita e termino a manhã por ali, carregada de compras e alma cheia de coisas boas.

Tão bom estas experiências, estas trocas, tudo muito bem até aqui. Guardei os rins no frigorifico.

Dia seguinte de manhã preparei o tempero, Duarte perguntou o que era, disse-lhe que era carne para o jantar, disse assim para o afastar da curiosidade.

Fim da tarde comecei a preparar os rins tal como a senhora me indicou, fiquei tão empolgada e convencida que ia sair dali um pitéu que nem pensei num plano B para o caso de a alguém não lhe agradar, estava mesmo convencida que todos iam dizer “Hmmmm tão bom, isto está mesmo bommm, que delicia”, para ser sincera interiorizei isto de tal forma que passou a ser música para os meus ouvidos até nos sentarmos à mesa.

Verdade seja dita, a travessa ostentava uma rica cebolada de rins, até os parti aos pedaços, estavam com um aspecto maravilhoso, acompanhava com arroz branco e alface, todos começaram a torcer o nariz porém achava que quando experimentassem um pouco iam devorar e chorar por mais, mas qual quê, puseram mesmo só um bocadinho muito pequenininho no prato para eu não reclamar que não provavam, olhámos os quatro uns nos outros e ficámos em silêncio, eles para não me fazerem sentir mal e eu para não dar o braço a torcer, e para não dar mesmo a torcer nadinha nadinha enchi o meu prato de cebolada de rins e tentei comer, que esforço danado e deles os três ouvia-se “Vê-se mesmo que a mãe tá a fazer um grandioso esforço para comer”, mas nem disse nadinha, continuei a fazer o grandioso esforço!

Enquanto comia (blarghhhh) só pensava naquela senhora que me deu a receita, ela comprou um quilo!!!

O jantar foi um desastre, só comeram o arroz e a alface, bem melhor que comerem só os rins, ora!