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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

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Pontos de vista de dois irmãos

17.11.19, Dulce Ruano

Irmãos.jpg

Tenho uma colega de trabalho que me presenteia diariamente com as peripécias dos seus dois filhos, H tem 5 anos e o T tem 3.

O T sempre se destacou na astúcia desde muito pequenino, o H destaca-se pela humildade, simplicidade, muito recatado, sempre se metia debaixo das saias às pregas que a mãe usava quando nos encontrávamo no shopping, não dava beijos e mal me olhava não sei se era para não ver cegueiras ou se era mesmo timidez.

Quando nasceu o T senti que a minha colega teve o mesmo brilho de uma estrela tal como eu tive quando nasceu o Duarte, crianças alegres, divertidas e descontraídas e que vieram dar um toque mais leve à vida, tirando, claro, a trabalheira especial que estas crianças dão, ufff, ufff., no fundo apelido estas crianças de um Arco-Íris na vida, são lindos e maravilhosos mas dão trabalho a atingir o caldeirão de ouro.

Astutos que são estes malandrecos lindos, a minha colega tem histórias diárias mas na essência de todas o T leva sempre a melhor sobre o irmão H, a verdade é que qualquer mãe com filhos de idade tenra tem a tendência de contar as suas historinhas, os outros podem até nem ligar nenhuma, podem até nem achar graça, podem até dar um sorriso amarelo para ficar bem visto, mas o que interessa aqui é o que uma mãe sente em si quando conta a alguém a peripécia dos seus filhos.

No meu caso que já são de idade maior e quase maior e já não têm as peripécias de quando se é pequenito recordo-me da lânguida vontade e necessidade de contar as coisas engraçadas que faziam mas agora quando recordo vejo o papelito que fazia perante os outros a quem contava e por certo que muitas vezes faziam o “tal frete” de se rirem porque por muita piada que tivesse só quem presencia ao vivo estes momentos é que os entende como são tão preciosos e o quanto sentimos orgulhos das nossas pequenas crias que são as mais lindas do mundo.

Agora, de facto, é a vez desta minha colega contar os momentos mágicos que tem com as suas crias e como mãe babada que é (gosto de mães babadas) apesar de diariamente contar algo, confesso que nem todas as histórias me ficam retidas (diz-se que é da idade mas eu acho que ainda não é) e a de hoje que ainda está fresca foi assim:

H (o mais velho e tímido):

- Mãe, gostava de tocar numa gazela!

T (o mais novo e desinibido):

- Eu gostava de tocar numa banda!

Quem resiste a isto, nada de sorrisos amarelos, esta merece uma gargalhada estonteante, este grau de humor é qualquer coisa de extraordinário, de refinado, adoro humor refinado e sou muito selecta neste sentido, basicamente só me rio, ou me escangalho a rir de humor do bom.

Tão bom nos escangalharmos a rir até doerem as pregas da barriga, mas de espontaneidade.

 

Nota: Naturalmente que partilhei este texto com a mãe, que me escreveu o seguinte e passo a citar::

"Epá!

Gosto tt dos teus textos.. mas este deixou-me com a lagrima no olho! Imprimi porque vou ter que mostrar ao L.!

Obrigada por me escreveres! Obrigada por me veres desta forma tão especial! Obrigada! Obrigada! Obrigada!

Adorei tt!! 

Estas a ver? Se tivesses um blog este texto era um sucesso!!!

H."