Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

Bastava introduzir o cartão

27.11.19, Dulce Ruano

Multibanco.jpg

Entro na minha conta on-line e sinto que tenho uma branca com os códigos, aquela coisa que já fazemos mecanicamente mas às vezes os nossos rolamentos precisam de um ajuste e pensei de facto estaria a precisar de uma manutenção nos neurónios por não conseguir acertar nos códigos, mas que coisa, ao fim de tantos anos, mas não era branca, era mesmo problema do acesso e no dia seguinte reclamei com a gestora da conta.

A funcionária diz-me que pode ter havido um bloqueio por razões de segurança e a forma de desbloquear seria ir a uma caixa manual (eu entendi, o meu cérebro recebeu a informação de uma caixa multibanco). Não havendo outra forma decidi fazer este procedimento na pausa do almoço.

Dirigi-me a uma caixa multibanco (aquilo que percebi e retive), procurei a opção que me levaria ao desbloqueamento mas sem sucesso, tentei outra vez, nada, mais uma vez e apesar das tentativas acabei por ficar furiosa achando que a gestora me tinha dado indicações erradas! Humpffff!

Mandei-lhe um mail dizendo que através da caixa multibanco o serviço não estava disponível para desbloqueamento e necessitava ainda para esse dia ter acesso à conta!

Respondeu-me pela mesma via dizendo que não mencionou caixa multibanco mas sim caixa automática! (eu entendi multibanco, ou melhor o meu cérebro reteve esta palavra), por via das dúvidas, aceitei a informação sem reclamar!

Dia seguinte, logo após almoçar e decidida tratar do assunto, saio da empresa e sei lá eu porquê chego à rua fico a contemplar o ar puro como quem não tem nada para fazer, passa a Chica Karin por mim e diz-me em tom de ironia, “então hoje vais ao shopping, eheheh?” e eu respondo “hummm por acaso estava a pensar ir para o lado oposto mas olha que talvez até vá para os lados do shopping, ehehehe”. Pronto, tá visto, sou mesmo uma “croma” porque eu tinha mas era de ir à caixa automática e fica para o lado do shopping mas obviamente que não podia ir ao shopping e obviamente que estando a pensar ir para o lado oposto não podia tratar do problema que tinha para resolver porque não há lá caixas automáticas, ai, ai, santa paciência a de quem me atura!!

Entro no carro e percebo o quanto é bom falarmos e ouvirmos tudo à nossa volta, obrigada Xica Karin pela condução que me deste em ir directo à caixa automática!

Chego lá e havia três caixas, maravilha, apetecia esbardalhar-me pelas caixas todas, ficar com todas para mim, senti que estava finalmente no sitio certo para resolver o assunto.

Meto o cartão, carrego nos botões certos, percorri os passos necessários, não falhou nada, porém no final aparece a mensagem de que o serviço não está disponível!!! Francamente! Saio daquela caixa e vou para a do lado achando que podia estar com problema técnico.

Os mesmo procedimentos, chego ao fim e diz “serviço não está disponível” aiii que nervos, next…..

Esbafurida e a ver o tempo a passar, pois teria de regressar ao trabalho, começava a contar os minutos que me restavam. Entrei na dependência e tiro uma senha com o número 21, apenas estava uma pessoa a ser atendida e eu fazia figas para que não demorasse. Entretanto entra uma pessoa que também tira a senha de atendimento.

A senhora do balcão termina com o senhor que lá estava e chama uma senha nova que nada tinha a ver com a minha, mau! Pensei eu, então mas este senhor entrou depois de mim, afinal que estou eu aqui a fazer!

Enquanto me questionava olhei para a porta da rua devido à movimentação do senhor que estava a sair e dou com ele a sair pelo lado contrário da porta o que provocou um grande estrondo ahahahahaha mas gostei da atitude dele, vem de ricochete para trás e mandou uma boa risada, era um senhor bem disposto eheheheh.

Voltando ao balcão, interrompo a fase das mordomias com que estavam um com outro e muito séria pergunto à senhora do balcão porque não chamou a senha vintes e tal e ela diz-me que havia outros colegas a atender e teria que aguardar, ai a minha paciência, o murro no estômago e umas farpas para a senhora e para o senhor que lá estava que me olhava de lado. Emproado!

Saio de rompante e volto mais uma vez à caixa automática com nova tentativa, enquanto decorre mais este falhanço, surge um senhor de lá de dentro (cliente que também estava para ser atendido e sei lá eu como é que ele prá ali entrou pois não tinha dado conta dele), abre a porta e diz-me “já chamaram pelo seu número” agradeci mal humorada (coitado do senhor) e terminei a operação mesmo sabendo que não ia ter sucesso.

Dirigo-me ao guichet do funcionário, era Valentino, conheço de vista, um rapaz muito bem parecido, ao mesmo tempo demonstra um ar arrogante e prepotente, eu que já o conheço ósssss anos sei que é apenas aparência.

O Valentino em jeito de funcionário bancário e na tentativa de prestar o seu melhor serviço manda-me sentar, eu neguei de forma nervosa dizendo que já estava com muito pouco tempo e que o banco estava a levar muito tempo para atender (fui mázinha) Valentino, preocupado com o atendimento perguntou-me há quanto tempo eu esperava, como aquilo era irrelevante para mim face à pressa e ao ar enfadonho que eu já tinha passei imediatamente a explicar o meu problema.

Valentino sentindo que eu estava em fase de começo de explosão levanta-se imediatamente e diz “vamos já ver isso, vou consigo à caixa” e lá vou na frente feita pavoa e irritada por ainda ter de lhe ir mostrar as provas do que lhe contara, esparvoando ao mesmo tempo dizia-lhe que já tinha feito aquela operação por quatro vezes e dava sempre serviço indisponível, “você já vai ver, isto tem de ter algum problema porque eu procedi aos mesmos passos das vezes que tentei”. Chegados a uma das caixas, meto o cartão na ranhura, Valentino ao meu lado a ver meticulosamente tudo o que ia a fazer, continuava toda pavoa por saber que aquilo não ia resultar, não era agora por ele ali estar que aquilo ia correr bem, eu tinha de lhe demonstrar que não dava.

Seleciono com alguma rapidez todas as opções pedidas pela caixa, creio até que Valentino ficou com os olhos trocados perante tal velocidade que eu fazia aquilo, foi mestria foi sim, eu mesma fiquei orgulhosa e com o ego inchado da forma como cheguei ao final, tão rápido e eficaz!

Bem, o pior foi mesmo mesmo no finalzinho da operação, aiiii c’a nervos!

Sim, é isso mesmo, só deu para ouvir Valentino dizer:  “tá a ver que já deu”!!

Podia continuar a escrever o que senti, o que me apetecia dizer a Valentino mas fico-me por aqui. Agradeci e desejei-lhe um bom trabalho. Saí.

Regressei ao trabalho. Tinha uma grande necessidade de fazer um movimento na conta. Entrei on-line. Digito o código. Não conseguia entrar!!!

Liguei para Valentino. “Olá Valentino, olhe eu estive aí há pouco, lembra-se de mim? Estive para activar a conta online”, “ahh, sim claro que sim me lembro de si, então?” “Olhe Valentino isto continua na mesma, não consigo entrar, tão estranho, não acha?” “pois, realmente é estranho, ora diga-me o nr. de contrato”, eu dei.

Em seguida ele pergunta-me com que cartão eu fiz a operação e eu quase que lhe respondi que tinha sido com o cartão do Al Capone mas poupei-o ao meu mau humor e ele diz-me que o primeiro titular da conta era o meu marido e que tinha de fazer isto com o cartão dele!!!

Disse-lhe então que meu marido tem o escritório a vinte metros da agência, ele diz, "ahhh então é simples, ele que venha aqui e fica resolvido". Os homens são muitoooo complicados, lá isso são!

 

Nem disse que era meu, disse lá agora!

26.11.19, Dulce Ruano

Coração de semenres.png

Depois do meu treino de atletismo fiquei com uma fome descomunal! só pensava em comida e por mais que respire fundo e distraía o cérebro parece que nada resulta, tenho de comer e pronto! apesar de ter comido uma banana da Madeira, schléééppp, gosto tanto destas, era pouco e como aguardava que Frank terminasse o treino, fui ao Lidl comprar um produto que tinham recebido naquele dia e que me interessava comprar, faltavam apenas dois minutos para o Lidl fechar, porém, ao entrar, vi os funcionários tão descontraídos na hora do fecho que indaguei um deles que me passou pela frente que horas fecham?” E ele: “às 9h”, e eu: “ahh, ok, pensei que fosse às 8h. obrigada”, bastante aliviada porque ainda faltava uma hora para fechar podia perfeitamente ainda comprar um pão e mais umas coisitas antes de ir ver do produto que me ali tinha levado.

Seção do pão, gostei do aspecto duns pães com sementes e comprei quatro, fui apanhando mais umas coisas e claro está, quando dei por ela já tinha uma braçada para trazer, fui buscar o produto que queria antes que não conseguisse de todo trazê-lo, enquanto isso ia metendo a mão no saco do pão e ia esnocando uns pedacitos que me souberam tão bemmmm, iam-me saciando da tal fome que se tem depois dum treino, sim, é uma fome diferente, é fome de atleta.

Parei de meter a mão no saco do pão pois mais um pouco e já ia para casa, não estivesse eu para ali a encher o bandulho e depois já não jantava, até que se houve uma voz de gravação, “atenção, ponham as vossas compras no tapete rolante da caixa 2”, como estava atenta e em fase de decisão qual caixa optar, meti-me de imediato na linha da frente para a caixa 2 e uns rapazes atrás de mim quase que por pouco me ultrapassavam, mas não tinham hipóteses, estavam distraídos.

Começo a despejar os meus produtos pelo tapete até que depois de dar dois passos percebo que está um pão caído no chão, tenho uma reacção mecânica, baixo-me para o apanhar e digo para a menina da caixa, olhe estava aqui um pão no chão, a menina agradece e deita-o para uma caixa que tinha ao lado, continua a passar os meus produtos ao que pega no meu saco do pão e diz, "ahhh olhe este saco está rasgado, vou pôr dentro de um plástico para não cair mais pão", epááá que cara de parva com que eu fiquei, eu!! Em vez de 4 pães levava 3 mas não disse nada, eu nem era para comprar pão!

 

Aleluia, Finalmente!

21.11.19, Dulce Ruano

Chupa chupa.jpg

Talisman é um menino de cinco anos, o segundo filho, parece que acontece a muita gente que tem um segundo filho ser o mais astuto, mais rápido, sempre com resposta na ponta da língua e que não dá tréguas a ninguém, é o que é e não há conversa, são crianças decididas, não balançam nos seus pensamentos ou atitudes, são firmes e espevitam-nos como progenitores, eu sei, também passei por isto.

Quando tive o segundo, irra, que trabalheira que dava, mas só me fazia rir, fez-me passar por situações de tão caricatas quanto de engraçadas e era sempre uma animação com ele (atenção mães e pais que isto vai passando na idade de teenagers).

O meu mais novo um dia, ainda era bem pequeno, alguém de idade bastante experiente me disse “este menino dá-lhe muito trabalho”, e eu afirmei que sim, ao que a pessoa voltou a dizer “mas apesar do trabalho é uma criança que lhe dará sempre muita alegria” verdade.

Voltando ao Talisman, farto-me de ouvir histórias deliciosas contadas pela mãe e eis que me segredou mais esta:

Talisman enquanto jantava, cantarolava “Aleluia, a palavra é Deus em nós!”, enquanto isso, distraído nas suas cantarolices, esteve um tempo infinito para acabar de comer, cantava e cantava. Terminou sua refeição e nisto a mãe já arrumara a cozinha.

Logo após, a mãe, assim que viu prato limpo exclamou com um ar ligeiramente arrogante de grande admiração e entusisamo: “Aleluia!!!

Talisman perguntou à mãe o significado de Aleluia e ela disse que por exemplo podia significar “Finalmente”, imediatamente Talisman cantava:

“Finalmente, a palavra é Deus em nós!”.... “Finalmente, a palavra é Deus em nós!” ...  “Finalmente, a palavra é Deus em nós!” .... pelo que sei a mãe não o interrompeu, deixou-o cantar até lhe apetecer.

Meninos preciosos, estes.

 

 

Só queria um café.

19.11.19, Dulce Ruano

Copo Café.jpg

 

No dia a dia semanal tenho por hábito almoçar no refeitório, levo o comer de casa, tenho uma hora de pausa e após comer, tenho dias que saio de carro para espairecer e tenho dias que me dá vontade de ficar por ali a passar tempo. 

Por hábito tomo o único café do dia no refeitório ou, se saio, tomo fora, se decido ficar recorro à máquina de café e verdade que o cafezito não é muito mau.

Entretanto há uns dias abriu por perto, um novo hipermercado, xiiiii, que jeitão dá, é que é mesmo ali ao lado, mas curiosamente ainda lá não tinha ido, entretanto uma colega disse conhecer e que até tinha achado engraçado a entrada para o estacionamento, que se desce uma pequena rampa e que provoca uma certa emoção pela ondulação que se sente no acesso, fiquei curiosa. 

Como habitual, almocei e visto andar bastante molengona por ter dormido pouco achei melhor não sair na pausa do almoço. Comi, peguei em trinta cêntimos, meti as moedas na máquina do café, carreguei na tecla do açúcar para este não sair e nesse momento pensei que estando aflita para ir fazer um xixi, podia aproveitar o momento, era melhor ir à casa de banho e enquanto isso o café saía da máquina.

Regresso à máquina para recolher o copo e este não estava lá, pensei logo que algum “engraçadinho” dos colegas que almoçam comigo o tinha tirado, olhei para todos os lados, entrei no refeitório, perguntei quem tinha tirado o café mas estando todos na conversa acho que ninguém me ouviu no entanto senti que não havia ninguém suspeito, saí, espreitei para a rua, olhei para todos os que estavam e de facto ninguém tinha o mínimo ar suspeito do desaparecimento do copo.

Deitava fumo pelos póros, até cheguei a pensar que brincadeira parva não me devolverem o copo uma vez que o café arrefecia por este tempo de espera. Não me manifestei mais e decidi tirar outro café achando que a pessoa “engraçadinha” se iria sentir mal ao ver que a brincadeira perdia todo o seu efeito.

Meti uma moeda de um euro, a máquina deveria-me dar setenta cêntimos de troco, mas não, a “engraçadinha” deu-me um euro!

 Tá visto, os trinta cêntimos que tinha metido ainda lá estavam porque eu não carreguei na tecla para o café sair, ai!

Ai c’a nervos, no entanto esta cena espevitou-me de tal maneira que pensei, “acho que me está a dar a pica de sair e ir ao novo hipermercado” fui lá só para sentir a emoção da entrada no estacionamento, dei a volta e saí, voltei a entrar para nova emoção, estacionei, entrei na loja e comprei umas bombocas de morango para partilhar com os colegas do meu departamento.

Ainda há quem se queixe da vida! Eu não!

 

 

 

Pontos de vista de dois irmãos

17.11.19, Dulce Ruano

Irmãos.jpg

Tenho uma colega de trabalho que me presenteia diariamente com as peripécias dos seus dois filhos, H tem 5 anos e o T tem 3.

O T sempre se destacou na astúcia desde muito pequenino, o H destaca-se pela humildade, simplicidade, muito recatado, sempre se metia debaixo das saias às pregas que a mãe usava quando nos encontrávamo no shopping, não dava beijos e mal me olhava não sei se era para não ver cegueiras ou se era mesmo timidez.

Quando nasceu o T senti que a minha colega teve o mesmo brilho de uma estrela tal como eu tive quando nasceu o Duarte, crianças alegres, divertidas e descontraídas e que vieram dar um toque mais leve à vida, tirando, claro, a trabalheira especial que estas crianças dão, ufff, ufff., no fundo apelido estas crianças de um Arco-Íris na vida, são lindos e maravilhosos mas dão trabalho a atingir o caldeirão de ouro.

Astutos que são estes malandrecos lindos, a minha colega tem histórias diárias mas na essência de todas o T leva sempre a melhor sobre o irmão H, a verdade é que qualquer mãe com filhos de idade tenra tem a tendência de contar as suas historinhas, os outros podem até nem ligar nenhuma, podem até nem achar graça, podem até dar um sorriso amarelo para ficar bem visto, mas o que interessa aqui é o que uma mãe sente em si quando conta a alguém a peripécia dos seus filhos.

No meu caso que já são de idade maior e quase maior e já não têm as peripécias de quando se é pequenito recordo-me da lânguida vontade e necessidade de contar as coisas engraçadas que faziam mas agora quando recordo vejo o papelito que fazia perante os outros a quem contava e por certo que muitas vezes faziam o “tal frete” de se rirem porque por muita piada que tivesse só quem presencia ao vivo estes momentos é que os entende como são tão preciosos e o quanto sentimos orgulhos das nossas pequenas crias que são as mais lindas do mundo.

Agora, de facto, é a vez desta minha colega contar os momentos mágicos que tem com as suas crias e como mãe babada que é (gosto de mães babadas) apesar de diariamente contar algo, confesso que nem todas as histórias me ficam retidas (diz-se que é da idade mas eu acho que ainda não é) e a de hoje que ainda está fresca foi assim:

H (o mais velho e tímido):

- Mãe, gostava de tocar numa gazela!

T (o mais novo e desinibido):

- Eu gostava de tocar numa banda!

Quem resiste a isto, nada de sorrisos amarelos, esta merece uma gargalhada estonteante, este grau de humor é qualquer coisa de extraordinário, de refinado, adoro humor refinado e sou muito selecta neste sentido, basicamente só me rio, ou me escangalho a rir de humor do bom.

Tão bom nos escangalharmos a rir até doerem as pregas da barriga, mas de espontaneidade.

 

Nota: Naturalmente que partilhei este texto com a mãe, que me escreveu o seguinte e passo a citar::

"Epá!

Gosto tt dos teus textos.. mas este deixou-me com a lagrima no olho! Imprimi porque vou ter que mostrar ao L.!

Obrigada por me escreveres! Obrigada por me veres desta forma tão especial! Obrigada! Obrigada! Obrigada!

Adorei tt!! 

Estas a ver? Se tivesses um blog este texto era um sucesso!!!

H."

 

 

Setembrino e Filé

16.11.19, Dulce Ruano

Setembrino.jpg

Setembrino é um angolano de quarenta e cinco anos que conheci em doismiledezassete, tinha acabado de chegar a esta cidade pela primeira vez na sua vida com o objectivo de tirar doutoramento em Engenharia Industrial na nossa universidade, vinha acompanhado com a sua esposa Filé que apenas ficaria por dois ou três dias. Os seus pequenos filhos tinham ficado em Luanda.

O nosso primeiro encontro foi num restaurante, Filé mostrou-se reservada e na defesa, poucas falas resumidas às respostas das perguntas, Setembrino ligeiramente mais liberto, tinham acabado de chegar, procuravam para ele um lugar para residir e através de um contacto de uma pessoa minha conhecida me pediram para o ajudar.

Setembrino arranjou poiso numa residencial católica mas tinha o objectivo de ter uma casa e até uma empregada que lhe tratasse das comidas, das roupas, limpeza, visto que ele tinha de se dedicar inteiramente ao doutoramento, no entanto, Filé sempre de olho nele apesar da distância, até parece que ela tem uma mola num olho e estava sempre activá-la de modo que a mola o fizesse chegar de Luanda aqui em tempo real, Setembrino acabou por não avançar com a idéia, pois segundo ela, não ficava bem um homem viver sozinho pelo que teria de se manter na residencial.

Passado algum tempo, não muito, Setembrino ausentou-se por um largo período, tanto Filé como o bom senso lhe tinham informado que o melhor seria optar pelo bem estar da Familia, ainda assim, sempre que vem cá contacta-me sempre, uma destas vezes convidámo-lo a um convívio em nossa casa, era sábado, era verão e junto com outros amigos e o nosso vizinho que já tinha vivido vários anos em Angola, fizémos um encontro engraçado no nosso Barbecue, entre grelhados, conversas, boa disposição, foi deveras agradável o tempo que passámos, quando o fomos deixar na residencial ia tão mas tão divertido e feliz que nos disse nunca ter passado assim um momento tão bom e tão bem que lhe fez à alma.

Setembrino é uma pessoa bastante culta, adora estudar, é inteligente e sonhador, interessado pela aventura, descoberta, pelo saber, é um bom conversador, não se apanha seca com ele, é um homem calmo mas perspicaz e empreendedor, está sempre com pensamento no negócio, um impulsionador de ideias e tem o dom de elogiar os outros, bom carácter, entusiasta.

Irmão de 12, eram 13 mas actualmente é sozinho, o último irmão partiu no ano passado e assim tem a Familia que constituiu, viveu uma grande parte da sua vida em Cuba, desta forma tem uma ideologia mais aberta que uma grande parte do seu povo, não por ter sido em Cuba mas pelo facto de ter saído de África, nunca foi dado à pratica da religião, confessou que ia a uma única missa em todo o ano que era a de Natal, ia por ir, no entanto após regressar a Luanda e conhecer a sua amada Filé, por imposição da sua grandiosa fé se tornou um católico praticante, agora não falta a uma missa diz que já não pode passar sem ir, esteja onde estiver! A fé move-o.

Em sua casa reza-se antes das refeições e falámos disso à volta da mesa de jantar em minha casa da última vez, disse que o seu filho com seis anos balda-se a essa regra, o que quer é comer, ora que bem que ele faz, mas não, não se rezou à volta da minha mesa, não desprezamos a opção, respeitamos, há que acatar e respeitar, só isso!

Para este jantar fiz um arroz de pato acompanhado com alface e canónigos, estava delicioso, Setembrino estava deslumbrado com o sabor, até perguntou como fiz mas sem interesse que eu lhe desse a receita pois ele nem um ovo sabe estrelar segundo disse, confeccionar comida está completamente fora do seu âmbito.

Terminámos o jantar com filhoses salpicadas de açúcar e canela, foi de propósito, sabia que ele não fazia idéia do que eram filhoses, gostou muito e sabendo que foram feitas pela minha mãe e pelo Francisco melhor lhe soube, fiz ainda uma bolo de chocolate tipo tarte, estava maravilhoso, comeu-se todo: seis ovos batidos com seis colheres de açúcar, junta-se chocolate derretido com 150 grs de manteiga e vai ao forno, guarda-se um pouco deste batido para cobertura do bolo depois de sair do forno.

O doutoramento vai prosseguindo mas à distância, com o seu mentor via on-line, não tem outra hipótese de prosseguir com este projecto, isto se quer manter a sua família, Filé é que manda em casa, tal como ele diz que eu também mando na minha, baseou-se no quadro de lata que tenho pendurado na cozinha:

Regras da casa:

Regra número um: A mãe é que manda

Regra número dois: Ver a regra número um

Comprei esta lata em Óbidos e também comprei outra que dizia: Os amigos são a Familia que escolhemos mas este ofereci a uns grandes amigos que têm pendurado na faixada principal da sua casa de pedra.

Filé é uma boa pessoa porém extremamente conservadora e possessiva, não tem mal nenhum nisso, cada um adapta-se e aceita o que entende ser ou estar, há que respeitar mas Setembrino sente-se sufocado, ele, um homem de mente aberta, uma grande parte da sua vida fora de África, tornou-se visionário e sonhador, porém Filé corta-lhe as asas mas ele sabe que ela é assim e acaba por respeitá-la, opção dele.

Setembrino e Filé não são os seus verdadeiros nomes, a história é.

As compras que fui fazer e não fiz

16.11.19, Dulce Ruano

Courgettes recheadas.jpg

No tempo de almoço que me restava que eram 40 minutos, fui ao hipermercado para comprar dois produtos na área da charcutaria. Ainda pensei não ir por achar que algum imprevisto sempre acontece quando se vai às compras, ou se encontra alguém conhecido ou vamos procurar produtos que nem tínhamos pensado, enfim, uma infinidade de coisas, mas acabei por decidir ir pensando que no final do dia não me daria jeito nenhum, mesmo nenhum e sem falta precisava destes dois produtos.

Lá fui então na expectativa que fosse tudo eficaz porque precisava de pelo menos cinco minutos para tomar um café de forma relaxada. Ao entrar deparo-me com as frutas e legumes que estão sempre a chamar por mim, ora lá trouxe umas coisitas, era de esperar, depois passei pela seção das oportunidades e claro, lá vieram mais umas coisas, aproveitei e dei dois dedos de conversa a umas pessoas conhecidas que traziam o filho doente e claro está foi o mote de conversa! sigo e estaciono o cesto das compras a alguma distância da charcutaria e ao dirigir-me para lá descubro porque é que o hipermercado estava “às moscas”, estavam imensas pessoas mas imensas mesmo para serem atendidas na charcutaria, maior parte para levarem refeições quentes, claro, eram horas de almoço e grande parte delas ainda pediam um bocadinho de fiambre, grrrr! Tudo para demorar mais tempo.

Aproveitei esta espera e ainda fui buscar outro produto que me lembrei. Regressei à fila de espera, olhava para o contador de senhas ainda tinha dez pessoas na minha frente, aproveitava o tempo para verificar se estavam essas pessoas todas para atender e aparece sempre alguém em algum canto a dizer “sou eu”, uma funcionária servia uma refeição aparentemente para ninguém da fila e de facto não estava lá, mas estava sentada à mesa na zona de refeição pelo que na verdade contar as pessoas à nossa frente não é muito de fiar, olhava para o relógio e achava que havia tempo mas estava a encurtar.

Entretanto já tinha visto uma mãe e filha na mesma zona e conhecidas minhas mas há para aí uns “vinte anos” que não as via e francamente são pessoas que não me dizem muito mas por afinidades da minha família (amizades) sinto que as devo cumprimentar, mas claro só se me virem e como ainda não me tinham visto confesso que as evitei, não íamos dizer nada de jeito apenas cumprimentar e dizermos mutuamente “Ai, há tanto tempo que não a via, então anda boa?” sim, porque desde que não tenha interesse na pessoa nem faço perguntas sobre nada da sua vida.

Então, evitei este encontro e continuei na luta do tempo que não queria desistir porque aqueles dois produtos tinham sido o motivo da ida e estava mesmo a ver que não ia cumprir com o objectivo, isto fazia-me ficar frustrada e aborrecida e com ganas de querer voltar atrás e não ter ido ali a correr em vez de estar a relaxar no meu tempo de pausa, até que chego a um ponto em que decido ir embora aborrecida, vou para a caixa!

É dose! Havia três caixas abertas qual delas a mais longa, como é possível que aparentemente não havia ninguém e a concentração era onde eu queria estar, na charcutaria e nas caixas, havia carrinhos cheios de compras, por sua vez as funcionárias de caixa como não tinham pressa para ir para lado nenhum estavam muito lentas e nada andava, ninguém se mexia, ai c’a nervos!!!

Escolho uma e só pensava o quão frustrada tinha sido a minha investida, nada tinha corrido bem, nada mesmo, não levava o que precisava mas levava outras coisas que não estavam nos planos. A Caixa não andava e estava decidida a tomar um café, não é que me fizesse muita falta mas era a tentativa que algo corresse minimamente como eu tinha idealizado.

Estou na fila e qual o meu espanto que ao virar ligeiramente a cabeça vejo a mãe e a filha atrás de mim que naturalmente tive de fazer aquele ar de espanto, “ohhh olá, vivam então como têm passado, tudo bem?” e do lado delas a mesma pergunta, o expectável. Tive um pensamento que ainda me irritou mais, era na charcutaria que elas estavam e com uma senha a seguir a mim, o que quer dizer que daria tempo de eu pedir os meus produtos , claro que o tempo que eu estava ali à espera teria sido atendida pois elas foram e estavam na fila logo a seguir a mim, epá! Não foi justa a minha decisão.

Aproveitei para me desculpar de não dar mais conversa que tinha apenas cinco minutos para regressar ao trabalho e a mãe pergunta se o local de trabalho era longe respondi que precisava de cinco minutos!

Em frente à caixa onde me encontrava está um quiosque que serve cafés, agarro numa moeda de dois euros e corro ao balcão, peço um café num copo de plástico e o troco e regresso de imediato à caixa, ao chegar começo a meter conversa com a senhora da caixa dizendo que todo o serviço estava muito lento, havia falta de recursos humanos e ela concordou e disse-me de forma bastante sisuda que eu tinha de fazer reclamação por escrito, ora bolas, eu estava a dizer-lhe aquilo na boa, na desportiva, em forma de descompressão mas ela levou a peito (será que seria pela minha cara que deveria estar a demonstrar todo o desagrado por o que estava a passar?) quase certo.

No mesmo tom acabei por lhe dizer que independentemente de nós clientes reclamarmos por escrito ela própria também serviria de veículo de transmissão das reclamações de serviço dos clientes mas enfim ela não atingiu a idéia e continuava descontente comigo, paguei e dou duas passadas para o quiosque para recolher o café e tomei-o em direcção ao carro, ao me dirigir ao café ouvi a voz da filha “vai com cuidado na estrada”, eheheheh simpática.

 

 

O Gel

16.11.19, Dulce Ruano

GEL.jpg

Visitei uma amiga que apesar de falarmos com frequência por telefone não é hábito nos encontrarmos pessoalmente e só apenas porque não, nada mais.

Estive em casa dela com um determinado propósito e num momento ela pega em duas embalagens de um produto com aparências de cosmético e me pergunta: “os teus filhos usam gel?” e eu com uma cara de parva e totalmente desprevenida respondi que sim, mas a verdade é que aquele sim saíu-me tão espontâneo que fiquei a partir dali a matutar que sim era aquele e porque me saiu.

Conversa decorreu normalmente, o menino mais novo o que tem três anos estava adoentado e completamente estarrecido sobre o seu ombro, coitadinho, que energia a de aquele menino e até custava vê-lo assim, mas já sei que melhorou.

Perguntei o propósito de me dar aquelas embalagens, logo duas, de uma marca bastante reconhecida mundialmente ao que ela me explicou que uns meses atrás tinha aberto um cabeleireiro mas as coisas não correram bem e teve de fechar, aí percebi que eram produtos de lá e por certo ainda tinha algum stock.

Despedimo-nos, saí com as duas embalagens na mão, entro no carro, pousei-as no assento e a mim só me batia na cabeça o tal sim, cheguei a sentir necessidade de me debruçar naquilo.

A caminho de casa fui a pensar na razão porque é que, se ela já tinha fechado o salão há vários meses, tem uma Familia grande, tem amigos, que stock teria ela comprado daquele gel ao ponto de ainda me dar duas embalagens de gel de banho. Muito estranho.

Cheguei a casa e fui deixar as embalagens na casa de banho que tinha feito obras na semana anterior e ainda me sentia toda vaidosa com a novidade, moderna e prática. Alertei o Duarte que as tinha lá deixado.

Nesse serão e após o jantar, Duarte foi tomar um duche, depois de lavadinho chamou-me e disse que tinha experimentado o gel novo (eu de repente airosa de contente por ele já o ter posto em prática, afinal tinha trazido havia tão pouco tempo) mas que tinha achado aquele gel um pouco estranho que nem espuma fazia e eu ignorante olhei de novo para uma embalagem, comecei a ler e dizia lá, sim, lá no rótulo “Hair gel extra forte”!!! Eu sei. Eu mereço!

 

 

Assim se fica sem jantar

16.11.19, Dulce Ruano

Sem Jantar.jpg

Era sábado e fui à praça. Sim, à praça, maioria das pessoas dizem “mercado” mas fui habituada ao termo porque cresci numa época em que toda a gente dizia “praça” e para mim não havia outro termo senão este.

O som desta palavra entra-me nos ouvidos como se uma coisa intima e pessoal se se tratasse, como se fosse uma parte física de mim e só me pertence a mim, em certa parte o é.

Quando vou à praça aos sábados de manhã, para além da nostalgia que sinto, encanta-me aquelas bancadas de frutas, de verduras, gosto da vitrine dos bolos mesmo não sendo iguais fazem-me lembrar os bolos de quando era miúda, gosto da mistura de cheiros, gosto da azáfama das pessoas às compras, o regatear dos preços, os olhares das vendedoras sobre os clientes a passar.

Quando vou raramente levo uma idéia do que vou comprar, mas sei que venho carregada com imensas coisas e com a sensação de ter investido bem o meu dinheiro, produtos da época e naturais.

Fui e dirigi-me ao talho onde há sempre muita gente e as pessoas esperam montes de tempo para o atendimento, tive sorte, havia três ou quatro pessoas na minha frente, esperei e prestes a ser atendida chega uma senhora com aparência já de alguma idade, mais de oitenta, muito bem arranjada, nisto perguntam do lado de lá do balcão, “quem está a seguir” e a senhora diz “sou eu” e eu indago “desculpe, mas eu cheguei bastante antes da senhora” e ela “ah, com certeza, nem me apercebi, não leve a mal”, reparei que era boa senhora, foi educada e atenciosa, este factor deixou-a por cima, sem dúvida, é certo que eu lhe podia ter dado a vez, aiii, mas eu tinha tanta pressa, entretanto um funcionário atende-a também a ela.

Peço umas iscas de fígado e ela pede um quilo, veja-se bem, um quilo de rins!! Fiquei intrigada, ós anos que não comia rins e para ser franca não senti saudades de tal no entanto aquilo despertou-me curiosidade, reparei que o senhor que a atendia os limpou muito bem, abriu-os ao meio, removeu os canais urinários, gostei do aspecto daquilo e enquanto me cortavam as iscas de fígado, viro-me para a senhora “permita-me perguntar-lhe, como arranja os rins?” e ela de uma simpatia enorme me explicou os temperos e a forma de cozinhar, agradou-me de tal modo que quando o senhor lhe entrega os rins digo para ele “apesar de estar a ser atendida pelo seu colega, gostaria que o senhor me preparasse quatro rins que esta senhora já me deu a receita de como os preparar”, “com certeza”. Recolho aqui a primeira receita e continuo nas compras toda satisfeita com a conquista.

Do talho passo para as frutas e verduras, dou uma vistoria por todas bancadas, trago azeite que já estava encomendado, olho para os bolos mas não compro, vou saltitando de bancada em bancada, vou comprando umas coisas, vou dando uns dedos de conversa às senhoras que vendem, falamos das suas produções, das terras, do tempo conforme tem afectado as colheitas e que também me afectou com as pequenas produções do meu quintal e termino na banca de uma senhora que é mais conhecida que outras, pomo-nos na conversa, mando cumprimentos para um casal bastante idoso que conheço lá da terra dela (que história esta! de como conheci este casal) e comprei-lhe algumas frutas: figos, peras, alperces e cerejas. Falávamos sobre as várias qualidades de cereja que ela tinha e diz-me “olhe, vou-lhe dar uma receita de bolo de cereja”, “ah é? Então diga lá que eu tomo nota e faço-o ainda hoje”, “Então leva: três ovos, meio quilo de cereja sem caroço, meia chávena de açúcar, meia chávena de óleo ou azeite, uma chávena de farinha”, “hmmm…”, “Olhe que é muito bom”, “Obrigada, vou fazer esta tarde”…. Ai, e fiz mesmo, ficou tãooooooo bommmmmmmm. Mais uma receita e termino a manhã por ali, carregada de compras e alma cheia de coisas boas.

Tão bom estas experiências, estas trocas, tudo muito bem até aqui. Guardei os rins no frigorifico.

Dia seguinte de manhã preparei o tempero, Duarte perguntou o que era, disse-lhe que era carne para o jantar, disse assim para o afastar da curiosidade.

Fim da tarde comecei a preparar os rins tal como a senhora me indicou, fiquei tão empolgada e convencida que ia sair dali um pitéu que nem pensei num plano B para o caso de a alguém não lhe agradar, estava mesmo convencida que todos iam dizer “Hmmmm tão bom, isto está mesmo bommm, que delicia”, para ser sincera interiorizei isto de tal forma que passou a ser música para os meus ouvidos até nos sentarmos à mesa.

Verdade seja dita, a travessa ostentava uma rica cebolada de rins, até os parti aos pedaços, estavam com um aspecto maravilhoso, acompanhava com arroz branco e alface, todos começaram a torcer o nariz porém achava que quando experimentassem um pouco iam devorar e chorar por mais, mas qual quê, puseram mesmo só um bocadinho muito pequenininho no prato para eu não reclamar que não provavam, olhámos os quatro uns nos outros e ficámos em silêncio, eles para não me fazerem sentir mal e eu para não dar o braço a torcer, e para não dar mesmo a torcer nadinha nadinha enchi o meu prato de cebolada de rins e tentei comer, que esforço danado e deles os três ouvia-se “Vê-se mesmo que a mãe tá a fazer um grandioso esforço para comer”, mas nem disse nadinha, continuei a fazer o grandioso esforço!

Enquanto comia (blarghhhh) só pensava naquela senhora que me deu a receita, ela comprou um quilo!!!

O jantar foi um desastre, só comeram o arroz e a alface, bem melhor que comerem só os rins, ora!

A riqueza de conhecer pessoas

15.11.19, Dulce Ruano

A riqueza de conhecer pessoas.jpg

 

Conhecer pessoas ao longo da nossa vida é uma das coisas que mais aprecio e valorizo, agradável conhecer pessoas que nos fazem sentir bem e com isso me gratifico dia a dia, mas não pensem que as desagradáveis me afligem, pelo contrário, ensinam-me a não ser como são e fazem-me discernir sobre o que é uma pessoa agradável e menos agradável o que me leva a tomar opções e assim me dar a liberdade de escolher quem gosto.

Fazer o frete de às vezes ter de estar com quem não gosto também acontece mas para isso tenho um remédio chamado Peta Zeta e ouço os estalinhos produzidos na mistura com a saliva pelo que acabam por me divertir e levar o momento de ânimo mais leve.

De facto conhecer pessoas é de uma grandeza nas nossas vidas pelo despertar que provocam em nós como ser humano, nem que seja por momentos, diria mesmo tão pequenos instantes que nos arrancam sorrisos e alívios no coração e tudo se torna mais leve em nós.

Grande maioria das pessoas são-nos trazidas pelo destino, às vezes até um olhar, uma empatia é suficiente para nos trazer tal pessoa para nós e depois fica ou não dependendo se nos faz aquela magia que naturalmente acontece.

É assim, há pessoas e pessoas, as que gostamos muito e as que nem por isso.

Grata pelo encontro inesperado Jopava e Feliximino.

Pág. 1/2