Bastava introduzir o cartão
Entro na minha conta on-line e sinto que tenho uma branca com os códigos, aquela coisa que já fazemos mecanicamente mas às vezes os nossos rolamentos precisam de um ajuste e pensei de facto estaria a precisar de uma manutenção nos neurónios por não conseguir acertar nos códigos, mas que coisa, ao fim de tantos anos, mas não era branca, era mesmo problema do acesso e no dia seguinte reclamei com a gestora da conta.
A funcionária diz-me que pode ter havido um bloqueio por razões de segurança e a forma de desbloquear seria ir a uma caixa manual (eu entendi, o meu cérebro recebeu a informação de uma caixa multibanco). Não havendo outra forma decidi fazer este procedimento na pausa do almoço.
Dirigi-me a uma caixa multibanco (aquilo que percebi e retive), procurei a opção que me levaria ao desbloqueamento mas sem sucesso, tentei outra vez, nada, mais uma vez e apesar das tentativas acabei por ficar furiosa achando que a gestora me tinha dado indicações erradas! Humpffff!
Mandei-lhe um mail dizendo que através da caixa multibanco o serviço não estava disponível para desbloqueamento e necessitava ainda para esse dia ter acesso à conta!
Respondeu-me pela mesma via dizendo que não mencionou caixa multibanco mas sim caixa automática! (eu entendi multibanco, ou melhor o meu cérebro reteve esta palavra), por via das dúvidas, aceitei a informação sem reclamar!
Dia seguinte, logo após almoçar e decidida tratar do assunto, saio da empresa e sei lá eu porquê chego à rua fico a contemplar o ar puro como quem não tem nada para fazer, passa a Chica Karin por mim e diz-me em tom de ironia, “então hoje vais ao shopping, eheheh?” e eu respondo “hummm por acaso estava a pensar ir para o lado oposto mas olha que talvez até vá para os lados do shopping, ehehehe”. Pronto, tá visto, sou mesmo uma “croma” porque eu tinha mas era de ir à caixa automática e fica para o lado do shopping mas obviamente que não podia ir ao shopping e obviamente que estando a pensar ir para o lado oposto não podia tratar do problema que tinha para resolver porque não há lá caixas automáticas, ai, ai, santa paciência a de quem me atura!!
Entro no carro e percebo o quanto é bom falarmos e ouvirmos tudo à nossa volta, obrigada Xica Karin pela condução que me deste em ir directo à caixa automática!
Chego lá e havia três caixas, maravilha, apetecia esbardalhar-me pelas caixas todas, ficar com todas para mim, senti que estava finalmente no sitio certo para resolver o assunto.
Meto o cartão, carrego nos botões certos, percorri os passos necessários, não falhou nada, porém no final aparece a mensagem de que o serviço não está disponível!!! Francamente! Saio daquela caixa e vou para a do lado achando que podia estar com problema técnico.
Os mesmo procedimentos, chego ao fim e diz “serviço não está disponível” aiii que nervos, next…..
Esbafurida e a ver o tempo a passar, pois teria de regressar ao trabalho, começava a contar os minutos que me restavam. Entrei na dependência e tiro uma senha com o número 21, apenas estava uma pessoa a ser atendida e eu fazia figas para que não demorasse. Entretanto entra uma pessoa que também tira a senha de atendimento.
A senhora do balcão termina com o senhor que lá estava e chama uma senha nova que nada tinha a ver com a minha, mau! Pensei eu, então mas este senhor entrou depois de mim, afinal que estou eu aqui a fazer!
Enquanto me questionava olhei para a porta da rua devido à movimentação do senhor que estava a sair e dou com ele a sair pelo lado contrário da porta o que provocou um grande estrondo ahahahahaha mas gostei da atitude dele, vem de ricochete para trás e mandou uma boa risada, era um senhor bem disposto eheheheh.
Voltando ao balcão, interrompo a fase das mordomias com que estavam um com outro e muito séria pergunto à senhora do balcão porque não chamou a senha vintes e tal e ela diz-me que havia outros colegas a atender e teria que aguardar, ai a minha paciência, o murro no estômago e umas farpas para a senhora e para o senhor que lá estava que me olhava de lado. Emproado!
Saio de rompante e volto mais uma vez à caixa automática com nova tentativa, enquanto decorre mais este falhanço, surge um senhor de lá de dentro (cliente que também estava para ser atendido e sei lá eu como é que ele prá ali entrou pois não tinha dado conta dele), abre a porta e diz-me “já chamaram pelo seu número” agradeci mal humorada (coitado do senhor) e terminei a operação mesmo sabendo que não ia ter sucesso.
Dirigo-me ao guichet do funcionário, era Valentino, conheço de vista, um rapaz muito bem parecido, ao mesmo tempo demonstra um ar arrogante e prepotente, eu que já o conheço ósssss anos sei que é apenas aparência.
O Valentino em jeito de funcionário bancário e na tentativa de prestar o seu melhor serviço manda-me sentar, eu neguei de forma nervosa dizendo que já estava com muito pouco tempo e que o banco estava a levar muito tempo para atender (fui mázinha) Valentino, preocupado com o atendimento perguntou-me há quanto tempo eu esperava, como aquilo era irrelevante para mim face à pressa e ao ar enfadonho que eu já tinha passei imediatamente a explicar o meu problema.
Valentino sentindo que eu estava em fase de começo de explosão levanta-se imediatamente e diz “vamos já ver isso, vou consigo à caixa” e lá vou na frente feita pavoa e irritada por ainda ter de lhe ir mostrar as provas do que lhe contara, esparvoando ao mesmo tempo dizia-lhe que já tinha feito aquela operação por quatro vezes e dava sempre serviço indisponível, “você já vai ver, isto tem de ter algum problema porque eu procedi aos mesmos passos das vezes que tentei”. Chegados a uma das caixas, meto o cartão na ranhura, Valentino ao meu lado a ver meticulosamente tudo o que ia a fazer, continuava toda pavoa por saber que aquilo não ia resultar, não era agora por ele ali estar que aquilo ia correr bem, eu tinha de lhe demonstrar que não dava.
Seleciono com alguma rapidez todas as opções pedidas pela caixa, creio até que Valentino ficou com os olhos trocados perante tal velocidade que eu fazia aquilo, foi mestria foi sim, eu mesma fiquei orgulhosa e com o ego inchado da forma como cheguei ao final, tão rápido e eficaz!
Bem, o pior foi mesmo mesmo no finalzinho da operação, aiiii c’a nervos!
Sim, é isso mesmo, só deu para ouvir Valentino dizer: “tá a ver que já deu”!!
Podia continuar a escrever o que senti, o que me apetecia dizer a Valentino mas fico-me por aqui. Agradeci e desejei-lhe um bom trabalho. Saí.
Regressei ao trabalho. Tinha uma grande necessidade de fazer um movimento na conta. Entrei on-line. Digito o código. Não conseguia entrar!!!
Liguei para Valentino. “Olá Valentino, olhe eu estive aí há pouco, lembra-se de mim? Estive para activar a conta online”, “ahh, sim claro que sim me lembro de si, então?” “Olhe Valentino isto continua na mesma, não consigo entrar, tão estranho, não acha?” “pois, realmente é estranho, ora diga-me o nr. de contrato”, eu dei.
Em seguida ele pergunta-me com que cartão eu fiz a operação e eu quase que lhe respondi que tinha sido com o cartão do Al Capone mas poupei-o ao meu mau humor e ele diz-me que o primeiro titular da conta era o meu marido e que tinha de fazer isto com o cartão dele!!!
Disse-lhe então que meu marido tem o escritório a vinte metros da agência, ele diz, "ahhh então é simples, ele que venha aqui e fica resolvido". Os homens são muitoooo complicados, lá isso são!