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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

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Momento de chuva

01.12.19, Dulce Ruano

 

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Dias de chuva, inverno, chuva que faz cá falta, nunca me incomodou, talvez porque gosto dela e quando gostamos seja lá o que for nada nos incomoda e isto até nos faz pensar que gostamos de muita coisa e não nos apercebemos por não sentirmos.

Voltando aos dias de chuva, fazem-me sentir livre, aconchegada, quente, feliz. Gosto de sair, não me importo de andar de chapéu de chuva, gosto de conduzir, saio de propósito, não me encolho, dá-me prazer ver chuva a cair, senti-la em mim, saber que vem lá de cima, das nuvens, do céu, da natureza maravilhosa e que tanto gosto. Adoro!

Um dia destes ia até ao shopping comprar a Tribuna desportiva onde certamente viria noticia do jogo do Frank, até vinha numa foto em grande plano, tão lindo o meu menino, tão grande que está!

O céu estava azul e branco, havia sol e conduzi com os olhos semi cerrados por preguiça de pôr os óculos de sol, sim, porque eu sem óculos de sol é como que andar sem cuecas, sensação de despida, mas resisti e não os pus, o rádio do carro como sempre passava a Rock FM a melhor rádio para ouvir o som que me corre nas veias.

Passava uma música muito boa mas já nem me lembro qual era e ia divertida, feliz a ouvir o sonzão, páro no vermelho quase à entrada do shopping, acaba este sonzão começa outro sonzarrão, xiiii, Hereoes Del Silencio, tudo o que fizeram uma obra prima, sabia que no estacionamento interior o sinal do rádio ia abaixo e sem hesitar fui estacionar no último andar ao ar livre a fim de assegurar a minha felicidade de continuar a ouvir a música.

Estaciono e fico sossegadinha a ouvir até acabar, sairia do carro em seguida, mas…ui, ui tinha acabado de chegar uma chuvada puxada ao vento, pingos grossos que até pensei serem de granizo, seria este o preço a pagar pela felicidade de ouvir uma música e então, que faço? Saio e apanho chuva ou deixo-me estar à espera que passe? Ligo o carro e em dez segundos estaciono no piso de baixo, ora, fácil não.

Amo estes momentos, onde e como e quando se é feliz, diria neste momentos, nestes fragmentos que compõem o nosso dia, é só senti-los.

No regresso a casa vinha mergulhada em pensamentos sobre o que faria da minha vida se não precisasse de trabalhar e andar na rotina diária, neste dia de chuva tendo que decidir: viajava imenso, assistia a concertos, a festivais, praticava exercício físico todos os dias, praticava voluntariado. Pronto hoje seria assim, amanhã não sei, nem interessa, talvez fosse diferente.