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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

Love Story Boots - Saga II

31.01.20, Dulce Ruano

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Love Story Boots - Saga II

... Em continuação à Saga I desta história...

Dia seguinte a segunda tentativa de fazer a devolução, certa de que tinha o talão preso a mim, a cadeado! não fosse desaparecer, confirmei que trazia tudo o que precisava, não podia falhar desta vez. Não consegui de todo ir na pausa do almoço, só fui depois de sair do trabalho.

Entro na loja toda aligeirada e descontraída como se de um feito de que me orgulharia, várias pessoas na caixa, esperei pela minha vez e quando chegou estavam três pessoas ao lado que aguardavam por alguma coisa. Entreguei as botas. Entreguei o talão, sim, o talão! e a operadora olha para referência das botas e para referência do talão.

Batia tudo certo! Yupiiiiii eu de guelras inchadas por saber que tudo estava certo!

Em seguida pergunta-me pelo cartão com que eu tinha pago a fim de devolver o dinheiro para a conta e eu prontamente saco do meu cartão de débito, multibanco que usamos para tudo.

Ela pede desculpa e diz que o talão não corresponde ao cartão que eu lhe estava a entregar, franzo o sobrolho de estranheza e disse, "ok e qual é o problema?? Tenho as botas, tenho o talão que corresponde, devolva o dinheiro para este cartão!! já não estava gostar nada daquilo, se ambos os cartões, tanto o de débito como o de crédito eram meus, qual era o problema? hunfffff!!! 

Ela dizia, "não, desculpe mas não podemos, ou nos dá o cartão com que foi pago ou então podemos devolver o valor para um cartão da nossa loja", coisa que eu não estava interessada.

O cartão com que foi pago foi o de crédito que raramente uso e por hábito não o trago comigo de qualquer forma procurei-o em todos os cantos, virei a carteira ao contrário mas sempre com a sensação que não o tinha comigo!!

As três pessoas que estavam à espera começaram a olhar-me com um ar de quem achava que eu era uma pessoa estranha, tenho a certeza porque vi isso nas suas expressões. 

A funcionária do lado de lá do balcão parecia estar a pensar porque que raio eu estaria a ficar alterada e com os cabelos em pé, tipo tresloucada e a grunhir nem se sabe muito bem para quem.

Sim, verdade que eu grunhia entre os dentes, lá se ia percebendo umas coisas e os outros três emplastros a olharem para mim e a tirarem-me as medidas, deu-me vontade de lhes pisar os calos. 

Não encontrei o cartão e comentei que o teria deixado na secretária do trabalho, por tal já não conseguiria voltar naquele dia, era sexta feira e já só voltaria na segunda, imagine-se o sentimento nada meigo nem ameno que me invadia!

Saio da loja resignada à minha desorganização no assunto e a pensar o quanto sou uma baldas nestas coisas prometendo a mim mesma que não voltaria a ser tão distraída nestes pormenores.

Convencida que o cartão estaria num saco que tinha deixado junto à secretária, não procurei em casa em todo o fim de semana e segunda assim que cheguei à empresa, procurei no saco, e nada, revistei o saco duas vezes e nada. Desespero!!

Voltei a dar uma volta na mochila e na carteira do dinheiro, nada, corri tudo tudo tudo, raios parta nisto! Tinha de começar a trabalhar e decidi que na pausa do almoço, com mais tempo e calma teria de fazer uma limpeza geral à mochila que trazia, despejei papéis e tantas e tantas outras coisas que as carteiras trazem (parece que nascem lá as coisas) mas o cartão nada!

Desesperada, pego de novo na carteira mais pequena onde tenho o dinheiro e cartões e fiz como que a última inspecção .... o cartão sai de lá de dentro dum compartimento de cartões onde já tinha visto, sim , já tinha visto, tenho a certeza! Nem sei que diga a isto! .

O tempo da pausa entretanto já tinha ido ao ar e ao fim da tarde tinha treino de atletismo pelo que já não conseguia ir à loja naquele dia....

Esta saga continua ... vamos ver no que me meti novamente... 

 

 

 

Love Story Boots - Saga I

31.01.20, Dulce Ruano

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Love Story Boots – Saga I

 

Há uns tempos saiu um modelo de botas em coleção de Inverno que me arregalou a vista. Camurça preta, cano alto a passar o joelho, salto baixo.

Por precipitação do tipo “mundo vai acabar” estava ansiosa que chegassem e optei pelo modelo da Pull depois de ter feito uma seleção de outras marcas.

Apesar de as experimentar em loja a emoção de as ter era tal que nem reparei muito bem como me via nelas, pequenas coisas de mulheres que não se explicam, ao chegar a casa enfio-me no quarto a experimentar com tudo e mais alguma coisa, desastre! Achei-me horrível com elas, decididamente não havia química possível. 

Dia seguinte e sem qualquer hesitação fui devolvê-las, aproveitei o tempo de almoço, chegaria bem para resolver o assunto, entro na loja, aguardei na fila, feliz da vida porque me ia desembaraçar dum problema.

No momento em que chega a minha vez olho nos olhos da funcionária e estava lá escrito: Trazes o talão?? disse-lhe “Ohhhh agora que olhei para si me lembro que não trouxe o talão“ 

Fiquei danada, fiquei mesmo danada! pensava “raios de mania minha deixar os talões sempre junto ao computador do trabalho!! (tenho muito esta mania)! 

Regressei ao trabalho, procurei o talão junto ao computador mas não estava, achei estranho, de repente tive um género dum flash  “ahhhh já sei onde está, dentro da bolsinha interior da minha carteira” ufffff……..

Nem queria acreditar que afinal levava o talão quando fui à loja mas de tão bem guardado nem me lembrei!

Costumo dizer que este tipo de percalços acontecem a todas as pessoas mas este é tão peculiar que é só meu de certeza. Esta é a primeira saga da história, voltem amanhã para ficarem a saber o que me aconteceu a seguir... ai, ai... só a mim... 

 

 

Que calor estava

24.01.20, Dulce Ruano

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Há uns tempos, enquanto conduzia sentia que alguma coisa não estava bem com o carro, ouvia um ligeiro barulho que não era normal, cheguei a pensar em ir fazer as queixinhas ao mecânico, afinal eles servem para isso mas achei melhor não ir logo a correr.

Dia a seguir, a caminho do trabalho, o barulho do carro estava a aumentar e sem me querer precipitar para o mecânico, parei, saio do carro, dou-lhe a volta a investigar e....

Bem... nem queria acreditar no que acabara de ver, os pneus da frente estavam tão gastos que se viam os arames! Louca! Destrambolhada! Naquele momento a preocupação nem era a multa era mesmo a minha segurança!

Entro para o carro e vou directo para a casa dos pneus que por sorte fica a um Km do meu trabalho, mas... pior, pior foi ver o senhor quando mostrei o estado em que estavam, acho que ele fez um esforço danado para não se manifestar à minha frente. Por muitas desculpas que pensasse nenhuma faria sentido e o melhor era ter sangue frio para enfrentar a vergonha que sentia.

Como já é habitual o senhor vai comigo até ao meu trabalho para me deixar e regressa para a oficina com o meu carro que acaba por ficar lá até eu sair à tarde, outras vezes faz a entrega durante o dia mas não é certo, depende sempre se têm ou não muito serviço, a verdade é que sinto sempre a falta do carro e quando se chegou a hora de almoço, apesar de não precisar sair da empresa, senti a impotência de não  poder sair dali para espairecer como às vezes faço.

Na esperança, na ansiedade, ou sei lá eu o quê, assim que acabei de almoçar, venho apanhar ar, que estava um bafo dos diabos, alguns 47º, mas apesar do calor terrivelmente forte decidi ir à oficina ver se já estava pronto, tinha um feeling que já estaria e o podia trazer de volta.

Ao sair estavam alguns colegas a queimar os últimos minutos de pausa e como sempre estava lá a ti Lucinda que todos os dias lhe digo “vamos embora? Vá, não se demore” e ela responde sempre “sim, sim, eu já lá vou a ter” e digo-lhe “ti Lucinda hoje não vamos de carro, vamos a pé” ela diz "Ahh a pé não quero ir" é a nossa brincadeira diária pois ela daí a dois minutos entra ao serviço.

Vou a pé debaixo de um calor aterrador, pus em causa se conseguia chegar ao destino, sentia-me com tonturas e até achei que ia cair para o lado mas fui apanhando todas as sombras possíveis e lá  cheguei.

Entro na oficina... não vejo o carro... nem dentro nem fora, perguntei se já estava pronto.

Bem, o senhor fixa-me os olhos de muito espantado e diz-me “mas o carro está no mesmo sitio de onde o levei, olhe é que ficou exatamente no mesmo lugar de onde o tirei” e disse, “ahh que estranho, não reparei” e ele confirma: “pois olhe que o deixei lá, no estacionamento da empresa X” e eu disse “mas eu trabalho na empresa Y” ehehe, na esperança que ele se tivesse enganado na empresa e assim eu teria uma desculpa a mim mesma de ter ido a pé debaixo dum calor tórrido e quase a desfalecer.

Ele retorquiu “ah, sim, desculpe deixei na empresa Y, sim” pois de facto eu fiquei pronta a desmaiar ali mesmo! Cair-lhe aos pés de tanta emoção de ter o carro pronto! Qual quê, passou-se-me foi uma névoa cinzenta cheia de raios e trovões como se de uma macumba se tratasse, deu-me vontade de esganar alguém, aiiii c'a nervos! 

E assim lá voltei eu ao meu local de trabalho novamente a pé, sim, porque, estão sempre a passar colegas de trabalho mas naquele dia nem isso, ainda assim, decidi que não daria este episódio como de azar, triste e que tão pouco iria ficar irritada, mas que tinha era de o levar de ânimo leve e sentir-me feliz porque estas coisas acontecem para nos espevitar da rotina.

Sermos positivos a tudo o que nos acontece no dia a dia seja bom ou menos bom é a melhor forma de encararmos os percalços da nossa vida com alegria e energia para seguirmos, rirmo-nos de nós próprios, das figurinhas que fazemos perante nós mesmos, que máximo, adoro rir-me de mim mesma 

Novas oportunidades

21.01.20, Dulce Ruano

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Um dia destes, no Centro de Saúde, tinha uma consulta com a médica de família, cheguei ao guichet para fazer o check-in, mais do tipo "Xegueiiiii", havia duas pessoas à minha frente, aguardei a minha vez e sem querer acabo por ouvir a senhora que estava a ser atendida, perguntavam-lhe sobre a morada, o número de telefone e por fim as habilitações literárias, a senhora respondeu: “Tenho o sexto ano”, o funcionário, em jeito de confirmação, questiona: “o sexto ano?” e a senhora responde: “Hamm quer dizer eu até tenho o nono ano mas... sabe... é aquele das novas oportunidades”!

Fiquei pasmada da vida com a observação da senhora, não assumia as suas habilitações académicas por descrédito, ao que a humildade e a sensatez a levou, tenha lá a qualidade que tenha e independentemente de tudo, deu-me vontade de lhe dizer "minha senhora tenha orgulho no que fez, já foi corajosa no passo que deu"...

 

 

 

 

Chocolate da minha vida

16.01.20, Dulce Ruano

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Gosto da mudança dos tempos, tem dinâmica, evolução, não nos deixa parados, estamos em constante movimento, vamos abrindo mentes, horizontes, expectativas e vamos crescendo como indivíduos.

Na época em que apareci ao mundo havia excassez de muita coisa que hoje considero haver em  excesso mas o que faz reflectir em particular é o mundo dos Chocolates! Cá para mim, e só mesmo para mim: Uma das maravilhas deste mundo!

Nasci com uma aptidão brutal de saborear chocolates e sabe-se lá o desperdicio do meu potencial ao longo da minha vida não ter investido nesta maravilha, das duas uma, estaria muito bem financeiramente (isto se tivesse juízo) ou estaria já sem as entranhas, é que as toneladas de chocolate que já comi nem sei como é que ainda por cá ando.

No tempo em que era uma miúdita os chocolates eram supérfulos, ou seja, faziam parte dum momento em que se cometia um pequeno assalto à carteira e se comprava um choclatinho bem pequeno para não ser muito caro mas que sabia ao néctar dos deuses, lá isso sabia, eram simples, todos iguais mas o sabor deixava-me extasiada de prazer.

Tirando um dia ou outro no ano o meu avô trazia-os da taberna onde confraternizava com os amigos, mas aquilo não era sistemático por isso nunca sabia quando os trazia, conseguia ver estrelas sob o sol luzidio, via princesas, fadas, unicórnios, subia aos arames de alegria, queriam ver uma criança feliz, aliás muitooo feliz? era darem-me um chocolate!

Havia uma época do ano (eu ansiava por ela o ano inteiro) que havia um esbardalhanço de chocolates lá por casa, eram às caixas e ai de alguém que lhes tocasse, comia tudo, de tal forma que por duas ou três vezes fui parar ao hospital, sabia que o excesso não fazia bem mas eu não resistia além de que era uma miúdita, sabia lá que me faziam assim tão mal, comparando com o bem que me sabiam (hoje sou crescida mas pouco ou nada mudou)

Toda a minha vida mantive este vicio, uma vezes mais controlada, outras nem digo nada que é melhor não ferir a sensibilidade de ninguém, uma vez estava numa caixa de hipermercado com as compras a aguardar a minha vez, o raio dos artigos de conveniência estavam mesmo ali a tentarem-me, pego numa tablete de chocolate preto (não é dos meus preferidos e por isso o comprei - para lhe resistir) com avelãs, pousei no tapete das compras mas imediatamente abri a tablete, só tirei um bocadinho, uffff, assim que chegou a vez de pagar já só apresentei o papel e prata envolvente, tinha marchado toda, por um bocado senti vergonha de mim mesma, ora bolas, mas soube-me tão bem.

Chocolataria actual tem uma diversidade íncrivel, basta ter imaginação, há uns anos fiquei chocada com um que me fora oferecido, chocolate picante, achei que o inventor se tinha extravasado na sua áudacia, provei um pouco e gabei-lhe a criatividade, adorei! mas preferido mesmo mesmo é a mistura com caramelo, escondo-os, ninguém lhe toca a não ser eu 

Em casa controlam-me, não me podem ver a comer um chocolate que estão sempre a reparar "cuidado, olha que isso faz-te mal", "atenção, depois não te venhas cá a queixar da vesícula", "não comeste já um?", "outra vez a comer disso?", epá até me passo com eles, sei que têm razão, mas este vicio é mais forte que a razão! Algumas vezes chegaram a escondê-los em sitios diferentes da casa, mas parece que accionava o faro de tal maneira que descobria tudo, acabaram por desistir, para não me chatearem como-os sem ninguém ver! (espero que a minha Familia não esteja a ler isto).

O engraçado disto é que as pessoas acabam por me oferecer imensos chocolates (ai se eu soubesse disto em miúda punha-me a comer Maserattis) e contínuo de braços abertos a recebe-los... há uns dias ofereceram-me umas beringelas, vinham decoradas com uma caixa destas coisas:

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Mon-cheri, outra das minhas perdições, meus eternos amores, momentos de delicia, que será que terá acontecido às Beringelas?

ATENÇÃO: já estou mais controlada, não se inibam de me os oferecer  até porque o chocolate:

  • Contribui para a boa saúde do coração, promove um fluxo adequado do sangue;
  • Estimula o sistema nervoso central e os músculos cardíacos;
  • Ajuda na manutenção do bem-estar e do bom humor

 

 

A sorte

14.01.20, Dulce Ruano

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Estava com a Familia à entrada dum lugar que há tanto tempo desejava visitar, experimentar, conhecer, daquelas coisas que sonhava em fazer e ai de mim que não o concretizasse. Deliciava-me de ver na net as imagens e os vídeos do Caminito Del Rey na zona de Málaga, sempre dizia que um dia havia de lá ir mas de casa até lá contava com 700 Kms = 8 horas de estrada, a barreira que encontrava nem era a distância ou o tempo na estrada até porque podia parar em outros lugares e minimizava o impacto da distância, mas era arranjar dias suficientes que justificassem a viagem.

Conseguir entrada no Caminito é dificíl, a garantia é por marcação com alguns meses de antecedência (sujeito às condições climatéricas) e a minha dificuldade também aí residia, não marcava por nunca saber quando podia ir.

Decidimos arriscar e metemo-nos a caminho, itinerário traçado, cidades, vilas e lugares, ficámos encantados com o que desfrutámos (aconselho vivamente). Apesar do “choradinho à portuguesa” não nos deixaram entrar mas a menina que nos atendeu sentiu o meu coração despedaçado (não era para menos, estava ali mesmo à entrada!) e quase ao virar de costas disse baixinho “te informo que si quereis venir mañana tendremos 50 tickets para las personas que no tienen marcacion, pero venis ló más temprano que podeis”, Milagre! A esperança! tão feliz que fiquei 

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O meu espirito aventureiro diz-me que quando viajo de carro devo levar uma tenda de campismo, nunca se sabe… que jeitão deu, não podíamos dormir muito longe dali para salvaguardar a entrada era como se fosse para a fila do posto médico apanhar a vez. Chegámos pouco passava das 7h da manhã, não fomos os primeiros, já lá estavam três espanhóis.

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O percurso a fazer até à entrada era de 1,5 km num estradão rodeados de vegetação, rochedos, Rio e o nascer do sol (até ali estava um lusco-fusco) tudo tão perfeito, sentia-me como uma miúda de 6 anos, corria, saltava, sorria de felicidade, num momento parei a observar as rochas, e sem mais nem menos percebo que algo atravessava o estradão, uma raposita mesmo ali junto aos nossos pés, levava um pedaço de comida na boca, dirigiu-se às rochas, ficámos embasbacados com aquele momento tão mágico, ao chegar à rocha aparece outra raposa que recebe o alimento e recolhe-se, a outra regressa, volta a travessar mesmo ali junto a nós, a prenda do dia, ficámos derretidos de emoção 

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Aquele dia foi especial, a travessia pelo Caminito (finalmente, yupiiii) a chegada ao sul, a estadia, tivemos tanta sorte em tudo. À noitinha sentia-me tão feliz, liguei com uma amiga espanhola contei-lhe o encontro com a raposa, Charone disse: “Mirar una zorra dá suerte!”, assim apareceu a A Sorte da Raposa 😊

O homem da outra - Parte II

12.01.20, Dulce Ruano

O homem da outra - Parte II

As coisas menos boas, chatas, aborrecidas deveriam nos servir de aprendizagem e desafio para não voltarmos a passar pelo mesmo ou pelo menos tentarmos, estamos fartos de saber isto mas nunca aprendemos, quando damos por ela estamos a cair nos mesmos erros, aqueles erros mesquinhos, estúpidos, que não são quase nada mas incomodam, do tipo: vais por uma rua, vês um buraco mas continuas a andar em frente e, cais no buraco, mas porquê se o tás a ver??!! Bloqueio ou sei lá eu o que é que é!

Óssss anos sei que quando escrevo (aprendi isto no lado profissional) tenho de ir gravando pois a tecnologia às vezes prega-nos umas partidas, tem uns efeitos de magia estranhos, sim a tecnologia sim, não somos nós  e as coisas às vezes desaparecem sem se perceber como, por isso é que é magia.

Depois de um dia bastante cansativo de trabalho e formação eis que às 11h. da noite decido me sentar à frente do computador para escrever o que a senhora do café desabafou sobre o marido, ficará no segredo dos deuses o texto que dali saiu, era tudo tão fresco, tão genuíno, tão objectivo, curto e tão original que parecia que aquilo tinha acabado de acontecer naquele instante.

Mas, coisas de magia, o texto despareceu, procurei por todo o lado, esperniei, chorei, fiquei chocada com aquela magia, olhei por todos os cantos interiores e exteriores do computador, levantei teclas do teclado, acho que até debaixo da mesa procurei, girei na cadeira várias vezes na expectativa que tivesse alguma idéia para onde tinha ido parar, Aghhh, tinha ainda uma chance, chamar o técnico da casa, que milagrosamente consegue recuperar tudo!

Chamei, estava a ver um filme, mas eu não podia esperar, tinha mesmo de ser naquele momento, não podia ficar naquela agonia se recuperava ou não, bem, lá veio (tinha mesmo de vir), procurou, reviu, voltou a ver e a rever, o texto tinha ido para a lua!

A mais alguém acontece estas coisas?

Intrigada fiquei eu mas é sobre o que conversavam as senhoras do café, o marido de uma era jeitoso em algo e o da outra não era e que, aliás, não prestava para nada, ai, ai, que será que elas falavam...

 

 

 

O homem da outra - Parte I

11.01.20, Dulce Ruano

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 O homem da outra – Parte I

Aos sábados costumo ir ao pão. Vou aos sábados porque tenho mais disponibilidade no período da manhã, trago duas sacadas que dão para toda a semana, mais ou menos, pois às vezes não chega, com dois teenagers em casa e um marido que come pão com tudo, até à refeição come pão, eheheh, pois eu sei que é normal comer-se pão à refeição eu é que não sou muito desse normal, não faz parte das minhas opções nas refeições principais mas também é raro comer, empaturra-me e além disso sou mais de comer "comidas de tacho" tipo sopa ao pequeno almoço (eu sei que soa a estranho mas gosto).

Apesar de não ser apreciadora reconheço pão de qualidade e descobri há uns tempos um café/padaria que o tem.

Passei a ir lá com regularidade, fica numa pequena vila, levo dez minutos de carro, numa galeria de um mini mini mini shopping, não é um espaço muito agradável de se ir, apesar de estar limpo, todas as lojas são interiores e não têm ligação ao exterior a não ser a loja da entrada que tem uma grande vidraça para a rua.

O café/padaria é ao fundo do corredor virando à esquerda, é pequeno, talvez umas cinco ou seis mesas de café e vendem pão que é fabricado numa outra vila perto cozido em forno a lenha.

As empregadas são simpáticas, amáveis, trabalhadoras e não estão com ar de enfezadas ou de espalhafatosas, são cumpridoras e têm sempre um leve sorriso, quanto ao patrão, o Alfredo, atencioso, cumprimenta-me sempre com um “bacalhau”, postura delicada e simpática, gosto sempre de o encontrar por lá, boa pessoa.

Há lá sempre homens, mulheres, conversas em tom alto outras baixo como que a coscuvilhar, bebem café, cerveja, vinho, comem bolos, expressam de alguma forma a sua necessidade de descomprimir um bocadinho do seu dia a dia e afia-se a língua pela manhã.

Há coisas que ouvimos e não ligamos e há outras que ouvimos e o nosso ouvido retém como se de uma licença tivesse para apanhar uma conversa ou parte de uma.

Um sábado destes entrei, reparei que estavam duas senhoras a tomar café, acho eu, não liguei mas percebi que estavam na conversa e apanhei no ar uma a dizer algo que enaltecia supostamente o seu marido, ouvi ela dizer “ahh lá nisso o meu marido ajeita-se muito bem” ao que dizia a outra “ohh olhe nisso o meu atão não vale nada, aliás ele não presta pra nada”…

... retive…ri-me para mim e este riso passou a um sorriso para a empregada que me dava o bom dia, Alfredo estendeu-me um bacalhau com simpatia, paguei, agradeci e desejei um bom fim de semana, lá fui pelo corredor do mini mini mini shopping, dei por mim a pensar nas duas senhoras, quanto uma estava radiante e orgulhosa do marido e a outra o quanto estava decepcionada mas acomodada.

Fiquei com curiosidade no que é que o seu marido não prestava   e no que é que o marido da outra seria jeitoso como ela dizia com orgulho  até me deu vontade de lá sentar e meter-me na conversa... demasiada malvadeza e cosquvilheira , vá-se lá saber.....

 

As minhas visitas

09.01.20, Dulce Ruano

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Ontem foi um dia especial na casa da A sorte da Raposa, criado há um mês e meio com o objectivo de mostrar que o que me acontece pode acontecer a todas as pessoas, momentos dos nossos dias que partilho em que alguns são engraçados, outros de reflexão, outros de experiências.

Sou aventureira, destemida, gosto de desafios, isto dá-me liberdade enquanto ser humano, só desejo continuar assim...

Gosto de aprender coisas novas e nesta fase ainda ando à descoberta de muita coisa para melhorar o desempenho desta página por tal peço paciência que há-de ficar mais bonita 

Agradeço muito muito a quem me tem visitado por aqui, espero poder continuar a contar com as vossas visitas mas hoje em particular e sei que todos me vão compreender, tenho de agradecer muito à espetacular equipa do https://blogs.sapo.pt/ pela generosidade de ontem me pôrem como cabeça de cartaz, senti-me como uma artista de festival, ver o meu nome na primeira página foi brutal - Obrigada Sapo - 

Pelo mundo fui vista em 20 países, em todos os continentes, em Portugal do Norte ao Sul, estou certa que quem gosta fica, quem não se identificar compreendo, não agradamos a todos.

Ao longo do dia (sem perceber o que se estava a passar) fazia print screen do número de visualizações, houve momentos que até me assustei "mas que é isto, que se está a passar" depois percebi, lá estava eu no cimo do cartaz, ehehehe, foi tão bom, sou cheia de sorte, bendita raposa   

A doce River

08.01.20, Dulce Ruano

 

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Gosto de criar expectativas em tudo o que é novo na minha vida, ir a um lugar, conhecer pessoas, uma nova tarefa, uma viagem, uma experiência. A expectativa que sinto é sempre positiva e por tal vou sempre de sorriso estampado, um bocadinho de apreensão mas sempre optimista mesmo sabendo que nem sempre fique satisfeita com o que encontro mas pelo menos o tempo que levo até atingir a realidade estou bem, se vai ao encontro do esperado, óptimo, continuo bem, assim é uma forma de tentar minimizar o impacto negativo que possa suceder.

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A primeira sessão de fisioterapia, coisas destas que eu nunca tinha feito na minha vida, correu com bastante satisfação, tive a sorte de ter a terapeuta River que me deu uma boa sova ao braço, começou por massajar a costura, bem visto, a pele está bastante repuxada o que não facilita os movimentos do pulso, para em seguida fazer vários exercicios, roda para um lado, roda para o outro, levanta a mão, baixa a mão, River perguntava-me repetidamente a todo o milímetro que mexia "dói?" respondia "sim, mas quero aguentar até ao máximo, só me queixo quando doer a valer", River continuava "dói?", "dói?", "dói?" como eu ia até ao meu limite até não aguentar mais nem respondia, cedia de imediato, agarrando-lhe no braço ou esbugalhando os olhos, isto era tudo muito rápido, ela percebia bem, afinada a River, além de profissional, simpática, esperta, doce, comunicadora, motivadora e têm umas mãos de anjo 

Mandou TPC, um deles fechar a mão com uma bola esponjosa, como o meu marido tinha no escritório um porquinho parecido a uma bola cá ando com ele a apertar-lhe as trancas que bem rechonchudas são 

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Como as conversas puxam outras conversas, eu parece que até nem gosto nada disso ehehehe, na saída e junto com outra terapeuta, a Bee, desafiaram-me a contar-lhes porque este blog se chama a Sorte da Raposa, parece que gostaram do que ouviram, River até disse "próxima sessão conta-me mais histórias", soube-me tão bem ouvir aquilo.... 

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