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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

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O poder que temos sem sabermos

01.02.21, Dulce Ruano

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Quantas vezes damos com nós próprios a pensar numa coisa e inconscientemente fazemos outra que nada tem a ver, quem nunca encontrou o suporte dos guardanapos dentro do frigorifico ou passou uma eternidade à procura dos óculos que tem no rosto.

Na verdade uns mais distraídos que outros, já me disseram que tem a ver com o nível da inteligência do individuo, fiquei perplexa porque então eu não devo ser lá muito inteligente, talvez no fundo seja um bocadinho porque também me distraio uma vez por outra, já fiz coisas que nem ao diabo lembram ainda assim sei de casos mais graves que o meu, talvez sejam pessoas de uma inteligência profunda.

Imagine-se alguém rasgar um simples papel que tinha junto uma nota de cinco euros e rasgou tudo aos bocadinhos, outra pessoa levou o filho para a Pré escola e o miúdo ia descalço, outra foi trabalhar dia dois de Janeiro e a empresa só abria dia três, outra foi ao exame de condução e não levou identificação (claro, chumbou).

Estes exemplos são de pessoas inteligentes, talvez alguma coincidência!

Por vezes quando percebemos as nossas distrações temos a tendência de deprimir com o que acabámos de fazer até porque há vezes em que nos passa pela cabeça que estamos com sinais de velhice ou demência ainda que muito subtilmente e isto entristece-nos mas percebi que a melhor técnica é rir, rir de nós. Rir dá-nos alegria, liberdade e alguma rebeldia permitindo-nos a um momento feliz.

 

Uma vez num passeio duma rua na cidade ia de passo acelerado a caminho da universidade, já estava atrasada e ainda tinha de descobrir como chegar à sala no meio daquele labirinto de portas e corredores, num dado momento a uns cinquenta metros à frente estava um semáforo de trânsito na cor verde e de facto o trânsito fluía, a meio do meu passo surge a cor amarela, continuei, a faltar um metro cai o vermelho e imediatamente paro, fico estática e questiono-me o que estava ali a fazer, quando me topei senti-me tão parva que nem sabia como disfarçar perante os condutores dos carros que entretanto paravam, fiquei com as bochechas que nem uns tomates e lá fui para a aula a saltitar de maluqueira e de felicidade com tanto que me ri.

 

Outro dia estou prestes a sair de um hipermercado, trago um saco e aligeirada dirijo-me para a saída já com a chave do carro na mão, ainda no interior abrem-se as portas, porém havia outras uns seis ou sete metros na minha direção, assim que olho em frente carrego no camando do carro, carregava e as portas não mexiam, carreguei mais umas três ou quatro vezes e nada, a meio metro de distância carrego uma última vez e as portas abrem-se, no meu pensamento estava isto: "Tava a ver que não abriam, tenho de mudar a pilha do comando", saio e assim que o ar fresco da rua me refresca as ideias desato numa galhofada chegando mesmo a sentir alguma compaixão comigo mesma. Creio que ninguém se apercebeu de nada.

 

As distracções por vezes podem-se tornar incómodas ou uma perda de tempo, tal como em viagem ir em frente em vez de cortar à direita porque por distracção não vimos a placa, é um dos exemplos que já vivenciei algumas vezes por isso sei que é incomodo mas ainda assim encaro a maior parte das distrações como uma coisa interessante que me espevita particularmente quando estou demasiado sóbria com a vida.

Rir, continua mesmo a ser um bom remédio!

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