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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

Os nomes fofinhos que lhe chamei

25.08.21, Dulce Ruano

PULSO.jpg

Por hábito criado ao longo do tempo, levo comida de casa  para o trabalho. Há condições boas para o aquecimento, há mesas, há cadeiras, há colegas porreiros dos mais diversos departamentos, há partilha, não é mau de todo.

Às vezes acontece não levar, ou porque não calhou, ou porque tive preguiça, ou porque a comida que tinha não me agradava comer no dia seguinte, não interessa, às vezes não dá e pronto!

Tenho uma colega no departamento (também minha Amiga) que sai todos os dias no tempo do almoço, pode até nem comer, mas sai, é uma espécie de terapia que ela tem e quando preciso de comer fora vou com ela, aproveitamos para pôr a conversa em dia, é o momento de liberdade a duas.

Um dia destes por aí que eu não levei almoço e estava sem carro, mas se tivesse não interessava porque ela impõe irmos sempre no jipe dela, informei-a durante a manhã “hoje não trouxe almoço, vamos a algum lado?” e ela estando a olhar para mim movimentou os ombros uma vez para cima e outra vez para baixo, sendo aquilo para mim um sinal de que sim, íamos.

Chegando o meio dia, ela levanta-se da secretária (encontra-se a dois metros de mim) sai e até este momento parecia que estava tudo bem pois quando vamos juntas é sempre assim que funcionamos, levanta-se, sai e vou em seguida ter ao estacionamento.

Estava a terminar uma tarefa que só faltava carregar nuns Enters e levantei-me de seguida. Saio do departamento, desço as escadas, percorro a área da produção, atravesso o corredor que dá para a saída, abro o portão para o estacionamento e vejo o jipe vermelho a sair pelo portão exterior!

COMO UM CAVALO.jpg

Fiquei pasmada a olhar para aquilo e disse um bom par de palavrões para atenuar a emoção além de ter chamado dez nomes daqueles fofinhos e que ela sabe que lhe caem que nem uma luva nestes momentos, pois quando lhe contei o que tinha sucedido escangalhamo-nos a rir como duas garotitas que somos. Uma das coisas boas das amizades boas é esta franqueza e liberdade com o devido respeito.

Conhecendo a peça como conheço sei perfeitamente que não ter esperado por mim foi uma autêntica distração de sua majestade e mais tarde enquanto nos riamos sobre o assunto até me disse que não se lembrava que eu lhe tenha dito que ia com ela, nada de novo para mim, aquela pecinha única pertence ao mundo da lua mas ambas somos felizes como somos.

Após ter ficado a olhar para ela a ir embora sem esperar por mim e se terem apoderado de mim umas emoções fortes regressei ao meu local de trabalho pensativa de como e onde iria almoçar, assim que me sento na secretaria pouso o telefone e entra uma mensagem de um grande amigo meu que há umas semanas não falávamos e que aqui reproduzo:

Boas… tás de férias?”

                                                           “Nop, a trabalhar…”

“Almoças a que horas?”

                                                           “Meio dia e meio à uma”

“Ohhh só meia hora?”

                                                           “não, uma hora, do meio dia e meio à uma”

 

“Ahh pois assim é pouco tempo, se fosse uma hora era fixe”

 

                                                           “Sim mas tenho 1 hora”

 

“Ahhh Então queres ir almoçar comigo?”

                                                           “Sim.”

 

“Ok, ao meio dia e meio estou junto ao portão à tua espera, não demores

 

Opá, sejam gratos pela vida que têm, eu sou pela minha!