O vicio da Mini Maratona
A primeira vez que participei na mini maratona em Lisboa foi por curiosidade, no final da prova, apesar de me ter custado um bocadinho, pois não estou habituada a correr em ambiente urbano senti-me bem e gostei, diga-se de passagem que aquela adrenalina de andar por ali a correr me soube bem, eu ida do interior, a correr na capital.
Agora tornou-se num mini vicio e sempre que lá vou digo sempre que a próxima vez vou-me deixar de provas minis e passarei à meia maratona, possas, uma são 10 kms a outra já são 21 Kms e ali vamos para correr não é para caminhar, pois para andar faço até o dobro num dia e em terrenos mais sinuosos.
Há uns dias nem hesitei, nem pensei duas vezes, surgiu o anúncio da próxima mini maratona a passar a Ponte 25 de Abril e confesso que a única coisa que me passou pela cabeça foi só de que ainda não era desta que ia aos 21 Kms. Mal me inscrevi senti a obrigação de treinar com mais frequência e começar já pois até dia 08 de Maio tenho mesmo de ficar em forma (Ai as duas festas que tenho até lá, que há-de ser de mim).
Hoje decidi fazer o primeiro treino, JM e um amigo vão-se estrear na meia maratona e por tal decidiram fazer logo pela manhã 12 Kms, decidi fazer o mesmo, alertei-os que ia ficar para trás mas que não se preocupassem que haveria de chegar a casa. Metade do percurso faz parte da Grande Rota do Zêzere que já fizémos a caminhar pelo que não me incomodou ficar para trás.
Quando iniciei a corrida senti-me uma miserável ao segundo quilómetro e rápido percebi o motivo, tinha acabado de encher o bandulho com um prato cheio de fruta e estava a iniciar o processo digestivo o que não me favoreceu a resistência nem o ritmo que levava, pois está claro que foi aqui que eles passaram logo à frente percebendo que apartir dali ia por minha conta.
Assim que recuperava energia voltava a correr mas ao longo de todo percurso parei uma meia dúzia de vezes, ainda assim, apreciava a paisagem e a natureza à minha volta e recolhia imagens, consultava o Geo Tracker, voltava a correr. Num determinado momento senti que uma parte da minha fisiologia traduziu-se numa necessidade pelo que junto a um arbusto desci os leggings por uns segundos quando percebi que os tinha vestido ao contrário pois mal os baixo sai de junto da barriga uma etiqueta de cetim enorme o que me fez logo pensar porque sentia ao longo do percurso uma frescura nas costas de cintura mais descida e percebi também o motivo da grande buzinadela do camião TIR na altura em que o estradão onde passava estava em paralelo com a auto-estrada.
Segui caminho, estava a aproximar-me de metade dos 12 Kms passaram vários ciclistas por mim, apeteceu-me abrandar mas só para não dar a parte de fraca até acelerei a passada para verem que era uma atleta a sério, logo em seguida abrandei de novo o ritmo e comecei a andar de forma ligeira, uns metros a seguir e com uma grande reta à frente voltei a correr e ainda bem porque ao fundo vejo um atleta a treinar vindo na minha direção o que me fez pensar que após passar por mim iria abrandar de novo mas esta ideia saiu.me furada, afinal era o meu pai que também andava no seu treino matinal, resistente como tudo, ora bolas pudera, também ainda só tem 78 anos.
Andei sem lentes pelo que só a excassos metros de aproximação é que o reconheço e quando eu pensava que ele ia seguir em frente deu meia volta e seguiu comigo, ora, pois está claro que não ia fazer figura de fracota e seguimos na mesma direção, atravessamos a Ponte de Pedrinha, na saída sigo pela direita e ele segue pela esquerda para continuar o percurso que tinha traçado, mais tarde até vim a saber que ele saiu do percurso dele normal para ir ao meu encontro porque tinha-se cruzado com JM e lhe disse "olhe que a sua filha está lá para trás veja lá se a encontra".
Metade do percurso foi em estradões de terra batida, a última parte era toda em alcatrão até chegar a casa e quando sinto o telefone a tocar percebi que os meus companheiros já tinham chegado, estava apenas a 3 kms de diferença, nada mau! O melhor de tudo é que me sinto em boa forma e cheia de energia, além de muito bem disposta.
Para almoço revigorante preparei para entrada Mexilhão com cebolada e pimento, de seguida um esparguete com miúdos de frango. Sobremesa foram quatro marshmallows e tive de me conter senão enfardava com o pacote inteiro.
Para café, fomos até à Torre da Serra da Estrela a espreitar o que havia de neve e na descida parámos no Restaurante Puro onde fomos muito bem recebidos, acolhidos e atendidos ainda que tenha sido só por um café. Fantástico.
Na descida da serra estava em pulgas para chegar a casa, escrevi, fiz bolinhos de côco para oferecer, vi um programa de televisão, recebi dois telefonemas, passei uma geral com aspirador, apanhei roupa seca, preparei a mochila para o treino de amanhã, lavei loiça, estendi tapetes que deixei a lavar, preparei uns trabalhos que também tenho de entregar amanhã e chega que o dia já não dá para mais. Ahhh pois ainda falta ir descansar. Fui.