Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A farra das quatro sardinhas

29.06.20, Dulce Ruano

 

Sardinhas.jpg

Sou fã de Jorge Palma, classifico-me desta forma porque me dá um prazer imenso ouvir as suas músicas, o seu toque especial ao piano, tão único e ainda as letras, quando o ouço despertam-se-me os sentidos e seduzo-me pela sua voz.

Tem um tema que se chama "Quarteto da corda" que conta a história de quatro pessoas, Cleia, Justina, Montolivo e Baltazar nas suas aventuras desprendidas de preconceitos, eis, que à medida que conheci a letra criei uma história que não é real, basta se chegar ao fim para perceber isso e que aqui reproduzo tal como foi pensada. Estes quatro amigos vivem um encontro numa tarde de verão e adivinhe-se que, afinal a vida é para ser vivida desfrutando de momentos divertidos entre as pessoas.

Dia: sábado

Hora: Após as 14H. 

Local: No jardim da Cleia

Temperatura: 35º

Participantes: Cleia, Justina, Baltazar e Montolivo 

 

Às 14h. em ponto chega Justina, ela e Cleia põem a conversa em dia e fartam-se de galhofar, vá-se lá a saber sobre o quê, são mulheres e gostam de conversar. Vestem os bikinis de lantejoulas e como ainda estavam fartas do almoço, acham por bem fazer umas caipirinhas bem docinhas e com bués de gelo picado, esticam-se nas espreguiçadeiras que estão debaixo do chorão.

Passado meia hora chega Montolivo, estaciona numa sombra, vem aflitinho de todo, amarelo e com a cabeça à roda, refere que se sentiu mal disposto a meio do caminho, vive perto mas as curvas deram-lhe a volta ao estômago.

Propõem-lhe que se ponha à vontade, talvez seja melhor vestir o macaco de banho (aquele modelo verde néon que ele comprou ao Borat), que entre para trocar de roupa e propõem ainda fazer um chá de piricão para a má disposição.

Elas a beber caipirinhas, ele a tomar uma jarra de chá sem açúcar (puseram uma folha de hortelã para ter um saborzinho), nota-se logo a cor dele a mudar para um rosadinho, bastante melhor em relação ao momento em que tem acabado de chegar, pedem-lhe é que tire os sapatos e os pode deixar na rua para arejarem.

Montolivo fica a apreciar a natureza envolvente, mete a mão na piscina para apreciar a temperatura da água e como está com dificuldade em se meter nas conversas delas, sugerem-lhe que encha os balões de água (compraram cerca de 200) e os meta num balde grande que estava na despensa.

Passadas 2 horas chega Baltazar, já tínham estranhado a sua demora, bem disposto e pergunta logo onde está a caipirinha dele, até calhou bem porque o gelo entretanto tinha acabado e deu tempo de fazer mais, faltava só picar que pediram ao Montolivo para fazer esse favor (a picadora estragara-se e teve de usar um paralelo).

Baltazar não se explicou sobre o atraso mas os restantes amigos perceberam logo. Dirigiu-se para dentro de casa e a primeira divisão que viu entrou logo, à direita, o escritório, acabou por ficar lá meia hora, certamente porque deve ter visto a colecção das revistas da Playboy que já têm uns anos, Cleia percebeu isso mais tarde porque havia uma de edição especial que estava ligeiramente fora do sitio).

Quando vai para junto dos amigos reparam que os homens são mais competitivos que as mulheres, exibe cheio de pompa o seu  macaco de banho à Borat igualzinho ao de Montolivo, a diferença é que o do Baltazar é amarelo sol e aí se percebe que enquanto o Montolivo se lhe vê pêlos por tudo quanto é sitio, o Baltazar tá com a depilação toda feita, claro, são opções, imediatamente se arrependeu porque percebeu que os olhos delas eram para os pêlos do Montolivo. Afinal aquelas 2 horas de atraso devem.se à depilação e tão perfeita que estava!

Montolivo não se sente muito confortável, estava muito calor e escorre-lhe o suor pelo corpo peludo, porém os elásticos do macaco de banho fizeram fricção e, coitado,  até dava pena, tinha as virilhas a arder de queimadas, Cleia deu-lhe uma bisnaga de Bepanthene que aproveitou para fazer daquilo o seu creme hidratante e gastou de uma única vez (ela tinha-a comprado havia 2 dias).

Claro está que não havia nada que ele pudesse vestir devido ao ardor até que Cleia se lembra de lhe emprestar um páreo de praia que uma vez comprou numa secção de produtos eróticos com um padrão de pilinhas por todo o tecido, como estávam só os 4 não se sentiu mal, fez um nó ao páreo na lateral e desta forma exibia a sua perna direita.

O problema foi quando decidiram jogar à bola, Montolivo ficou á baliza e ao defender um chuto à campeão da parte do Baltazar, teve de se esticar todo quase fazendo a espargata, o nó desatou-se e o páreo levantou vôo porque nesse momento tinha começado uma ventania, que azar, mas logo parou e o páreo ficou agarrado aos galhos de uma árvore que prontamente o Baltazar subiu, o apanhou e entregou  de imediato a Montolivo que ainda estava de espargata feita no chão.

Seguir a isto já estavam livres da digestão foram ao mergulho, se bem que a Cleia e a Justina não passaram de uma chuveirada prévia porque quando os colegas entraram na piscina foi uma desgraça, aquilo eram pulos, saltos, chapinhadas na água, enfim, parecia que tinham delirado de tão fascinados com a temperatura da água, além de que o páreo do Montolivo desatou-se lá dentro e ele nem se apercebeu, Cleia e Justina não disseram nada, saíram  dali e lá ficaram eles a divertir-se.

Cleia e Justina foram pôr sal nas sardinhas, fizeram mais uma caipirinha, desta vez com kiwi e comeram uma fatia de bolo de maçã que Montolivo tinha feito antes de ir para a festa.

Voltaram ao jardim e os rapazes já estavam a secar ao sol recostados nas espreguiçadeiras, porém, o Montolivo estava de páreo novamente mas ainda molhado o  que fazia com que estivesse o tecido todo agarrado ao corpo, de modos que elas sugeriram que se deixasse estar até o pano secar totalmente, enquanto isso Baltazar foi fazer as brasas para assar a sardinha.

Enquanto as brasas se preparavam fazem o jogo dos balões de água em que o objectivo era apanhar uma bola na equipa adversária mas o difícil era chegar à bola, por cada tentativa levavam um bombardeamento de balões de água o que provocou uma grande algazarra, nisto o cão soltou-se da coleira pela força que fez porque também queria correr a apanhar a bola e numa investida a quanta força ele podia faz uma tangente junto ao Montolivo que lhe levou o páreo agarrado aos restos da corrente que se soltou. Cleia e Justina decidiram ir pôr a sardinha a assar, enquanto isso fizeram mais uma caipirinha e comeram uma taça de cajus.

Montolivo e Baltazar trocaram de roupa porque entretanto tinham chegado os vizinhos e paredes meias via-se os preparos em que andavam o que os fez ficar incomodados, contudo Montolivo ficou ós ais com as calças de ganga a roçar nas queimaduras das virilhas.

A sardinhada estava uma maravilha, com pão centeio e uns pimentos assados mas quando o Baltazar se ia a manifestar, de repente, acorda do sonho e pronto acabou ali a festa.

Certo que se Jorge Palma lesse esta história haveria de inventar uma nova música e adaptaria a uma nova letra do “Quarteto da corda”, quem sabe…

 

3 comentários

Comentar post