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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

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A sorte

14.01.20, Dulce Ruano

Ponte suspensa_Dulce.JPG

Estava com a Familia à entrada dum lugar que há tanto tempo desejava visitar, experimentar, conhecer, daquelas coisas que sonhava em fazer e ai de mim que não o concretizasse. Deliciava-me de ver na net as imagens e os vídeos do Caminito Del Rey na zona de Málaga, sempre dizia que um dia havia de lá ir mas de casa até lá contava com 700 Kms = 8 horas de estrada, a barreira que encontrava nem era a distância ou o tempo na estrada até porque podia parar em outros lugares e minimizava o impacto da distância, mas era arranjar dias suficientes que justificassem a viagem.

Conseguir entrada no Caminito é dificíl, a garantia é por marcação com alguns meses de antecedência (sujeito às condições climatéricas) e a minha dificuldade também aí residia, não marcava por nunca saber quando podia ir.

Decidimos arriscar e metemo-nos a caminho, itinerário traçado, cidades, vilas e lugares, ficámos encantados com o que desfrutámos (aconselho vivamente). Apesar do “choradinho à portuguesa” não nos deixaram entrar mas a menina que nos atendeu sentiu o meu coração despedaçado (não era para menos, estava ali mesmo à entrada!) e quase ao virar de costas disse baixinho “te informo que si quereis venir mañana tendremos 50 tickets para las personas que no tienen marcacion, pero venis ló más temprano que podeis”, Milagre! A esperança! tão feliz que fiquei 

20190905_205911.jpg

O meu espirito aventureiro diz-me que quando viajo de carro devo levar uma tenda de campismo, nunca se sabe… que jeitão deu, não podíamos dormir muito longe dali para salvaguardar a entrada era como se fosse para a fila do posto médico apanhar a vez. Chegámos pouco passava das 7h da manhã, não fomos os primeiros, já lá estavam três espanhóis.

Túnel Caminito.jpg

O percurso a fazer até à entrada era de 1,5 km num estradão rodeados de vegetação, rochedos, Rio e o nascer do sol (até ali estava um lusco-fusco) tudo tão perfeito, sentia-me como uma miúda de 6 anos, corria, saltava, sorria de felicidade, num momento parei a observar as rochas, e sem mais nem menos percebo que algo atravessava o estradão, uma raposita mesmo ali junto aos nossos pés, levava um pedaço de comida na boca, dirigiu-se às rochas, ficámos embasbacados com aquele momento tão mágico, ao chegar à rocha aparece outra raposa que recebe o alimento e recolhe-se, a outra regressa, volta a travessar mesmo ali junto a nós, a prenda do dia, ficámos derretidos de emoção 

Raposa_Camin Del Rey.jpg

Raposas.jpg

Aquele dia foi especial, a travessia pelo Caminito (finalmente, yupiiii) a chegada ao sul, a estadia, tivemos tanta sorte em tudo. À noitinha sentia-me tão feliz, liguei com uma amiga espanhola contei-lhe o encontro com a raposa, Charone disse: “Mirar una zorra dá suerte!”, assim apareceu a A Sorte da Raposa 😊

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