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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

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Acordar às 8:8

06.01.23, Dulce Ruano

 

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Acordei às 8:8h., o tempo era tão pouco que não me permitiu sequer pensar em chegar tarde ao trabalho pelo que passei imediatamente à reação.

As consequências vêm do dia anterior, saí do trabalho, fui comprar peixe para o jantar, enquanto era escamado aproveitei ir à charcutaria mesmo ao lado e pedi duzentas e cinquenta gramas de fiambre, a senhora da peixaria até me disse que não me esquecesse de ir buscar o peixe, comecei a ficar impaciente, tinha o treino, o primeiro do ano quase a começar e ainda ali estava.

Passei pela caixa de pagamento, corri para o carro, telefonei a um amigo a marcar um jantar e de imediato corro para o balneário do complexo desportivo a equipar, treinador estava mesmo a dar as primeiras intruções. Saí vinte minutos mais cedo, tomei uma chuveirada, vesti roupa limpa e confortável, sigo de imediato para casa, tinha formação a começar às sete e meia até onze e meia. Como era a última sessão tivemos teste de avaliação, tirei dezanove e meio na nota, fiquei danada pela falha de uma resposta, pura má interpretação duma palavrita.

Como terminei o teste trinta e cinco minutos antes da hora dada aproveitei para jantar e preparar a roupa do dia seguinte, desfiz a mochila do treino e voltei à formação.

Depois das despedidas e avaliações sentia-me livre mas cansada, iniciei os preparos para ir dormir porém deu-me a veneta de ficar agarrada ao telemóvel, bem sei que não deveria ter feito por isso digo que foi uma veneta que me deu, não conseguia dormir, creio que deviam ser umas duas da manhã quando me desliguei do mundo dos acordados.

Às 5:55 despertei, aliviei que ainda era cedo e às sete voltei a acordar, na tentativa de me levantar percebi que tinha os braços frios e aconcheguei-me de modo a aquecê-los por dois minutos, assim foi, porém quando volto a ver as horas eram 8:8h, na minha cabeça surgiu uma única coisa: Entro ao trabalho às 8:30!

Esgueiro-me da cama duma levada só, antes de entrar na casa de banho agarro na roupa que tinha preparado na noite anterior, que bem me soube e também alegrei ao me lembrar que umas horas antes tinha tomado uma chuveirada pelo que foi vestir, calçar, lavar a cara e meter a lata do creme nivea no bolso do casaco por não ter tempo e poder hidratar pelo espelho do carro enquanto conduzia.

Atravessei a cozinha, bebi um copo de água e lembrei-me do raças do fiambre que tinha comprado idealizando uma bela sandes com um pão maravilhoso que tinha na arca congeladora mas não havia tempo para descongelar o pão e ainda prepara-lo pelo que meto uma fatia de fiambre numa caixa, agarro num saco plástico para recolher um pão e faria uma sandocha numa pausa no trabalho.

Na arca já não havia pães pequenos, dos tais que pensava haver, havia uns cacetes demasiado grandes pelo que não levei nada e aquilo aborreceu-me.

No exterior a geada era tão forte que fazia pensar estar num país encantado de fadas com tudo branco, quando abri o portão da rua admirei uns fios de aranhas nas barras por cima do pincho que de tão finos normalmente não se vêm mas com os floquinhos de geada estavam à vista, agradeci à natureza por ser tão bela e majestosa.

Desconsolava-me a ideia de levar uma tira de fiambre e não ter pão pelo que tinha de resolver aquele problema, já em andamento pelo caminho estreito até à estrada principal telefonei ao meu colega do departamento porque sei que toma café numa padaria perto do nosso trabalho, pedi-lhe que me levasse um pão.

No stop tive de dar prioridade a uma camioneta carregada de materiais de construção mas não me inquietei, segui atrás dela estrada acima cumprindo com todas as curvas até chegar à primeira reta onde a ultrapassei, a partir dali foi sempre a andar nos dez quilómetros que tinha pela frente, com sorte os dois semáforos do trajeto estavam verdes aos quais agradeci encarecidamente, ia tão focada na condução que nem a estação de rádio mudei quando iniciou um anúncio do frango a 2,99 Eur o kilo mas aumentei o volume para o máximo quando passou Boys don’t cry, o certo é que cheguei ao trabalho mesmo em cima da hora de entrada sem dar tão pouco vestigios do tempo recorde que tinha atravessado.

Há dias assim, que nos cortam a rotina, que são diferentes, que mexem com o normal, com o hábito, com a mania que tudo tem de ser assim e assado, por tudo isto sou feliz e sinto que foi de facto um começo de dia espetacular ao que estou imensamente agradecida por ser como sou, das minhas capacidades, da aceitação, da leveza, da percepção, da intuição, do acreditar e do desprendimento do negativo dando-lhe uma perspetiva e realização positiva. A magia acontece.

 

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