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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

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As compras que fui fazer e não fiz

16.11.19, Dulce Ruano

Courgettes recheadas.jpg

No tempo de almoço que me restava que eram 40 minutos, fui ao hipermercado para comprar dois produtos na área da charcutaria. Ainda pensei não ir por achar que algum imprevisto sempre acontece quando se vai às compras, ou se encontra alguém conhecido ou vamos procurar produtos que nem tínhamos pensado, enfim, uma infinidade de coisas, mas acabei por decidir ir pensando que no final do dia não me daria jeito nenhum, mesmo nenhum e sem falta precisava destes dois produtos.

Lá fui então na expectativa que fosse tudo eficaz porque precisava de pelo menos cinco minutos para tomar um café de forma relaxada. Ao entrar deparo-me com as frutas e legumes que estão sempre a chamar por mim, ora lá trouxe umas coisitas, era de esperar, depois passei pela seção das oportunidades e claro, lá vieram mais umas coisas, aproveitei e dei dois dedos de conversa a umas pessoas conhecidas que traziam o filho doente e claro está foi o mote de conversa! sigo e estaciono o cesto das compras a alguma distância da charcutaria e ao dirigir-me para lá descubro porque é que o hipermercado estava “às moscas”, estavam imensas pessoas mas imensas mesmo para serem atendidas na charcutaria, maior parte para levarem refeições quentes, claro, eram horas de almoço e grande parte delas ainda pediam um bocadinho de fiambre, grrrr! Tudo para demorar mais tempo.

Aproveitei esta espera e ainda fui buscar outro produto que me lembrei. Regressei à fila de espera, olhava para o contador de senhas ainda tinha dez pessoas na minha frente, aproveitava o tempo para verificar se estavam essas pessoas todas para atender e aparece sempre alguém em algum canto a dizer “sou eu”, uma funcionária servia uma refeição aparentemente para ninguém da fila e de facto não estava lá, mas estava sentada à mesa na zona de refeição pelo que na verdade contar as pessoas à nossa frente não é muito de fiar, olhava para o relógio e achava que havia tempo mas estava a encurtar.

Entretanto já tinha visto uma mãe e filha na mesma zona e conhecidas minhas mas há para aí uns “vinte anos” que não as via e francamente são pessoas que não me dizem muito mas por afinidades da minha família (amizades) sinto que as devo cumprimentar, mas claro só se me virem e como ainda não me tinham visto confesso que as evitei, não íamos dizer nada de jeito apenas cumprimentar e dizermos mutuamente “Ai, há tanto tempo que não a via, então anda boa?” sim, porque desde que não tenha interesse na pessoa nem faço perguntas sobre nada da sua vida.

Então, evitei este encontro e continuei na luta do tempo que não queria desistir porque aqueles dois produtos tinham sido o motivo da ida e estava mesmo a ver que não ia cumprir com o objectivo, isto fazia-me ficar frustrada e aborrecida e com ganas de querer voltar atrás e não ter ido ali a correr em vez de estar a relaxar no meu tempo de pausa, até que chego a um ponto em que decido ir embora aborrecida, vou para a caixa!

É dose! Havia três caixas abertas qual delas a mais longa, como é possível que aparentemente não havia ninguém e a concentração era onde eu queria estar, na charcutaria e nas caixas, havia carrinhos cheios de compras, por sua vez as funcionárias de caixa como não tinham pressa para ir para lado nenhum estavam muito lentas e nada andava, ninguém se mexia, ai c’a nervos!!!

Escolho uma e só pensava o quão frustrada tinha sido a minha investida, nada tinha corrido bem, nada mesmo, não levava o que precisava mas levava outras coisas que não estavam nos planos. A Caixa não andava e estava decidida a tomar um café, não é que me fizesse muita falta mas era a tentativa que algo corresse minimamente como eu tinha idealizado.

Estou na fila e qual o meu espanto que ao virar ligeiramente a cabeça vejo a mãe e a filha atrás de mim que naturalmente tive de fazer aquele ar de espanto, “ohhh olá, vivam então como têm passado, tudo bem?” e do lado delas a mesma pergunta, o expectável. Tive um pensamento que ainda me irritou mais, era na charcutaria que elas estavam e com uma senha a seguir a mim, o que quer dizer que daria tempo de eu pedir os meus produtos , claro que o tempo que eu estava ali à espera teria sido atendida pois elas foram e estavam na fila logo a seguir a mim, epá! Não foi justa a minha decisão.

Aproveitei para me desculpar de não dar mais conversa que tinha apenas cinco minutos para regressar ao trabalho e a mãe pergunta se o local de trabalho era longe respondi que precisava de cinco minutos!

Em frente à caixa onde me encontrava está um quiosque que serve cafés, agarro numa moeda de dois euros e corro ao balcão, peço um café num copo de plástico e o troco e regresso de imediato à caixa, ao chegar começo a meter conversa com a senhora da caixa dizendo que todo o serviço estava muito lento, havia falta de recursos humanos e ela concordou e disse-me de forma bastante sisuda que eu tinha de fazer reclamação por escrito, ora bolas, eu estava a dizer-lhe aquilo na boa, na desportiva, em forma de descompressão mas ela levou a peito (será que seria pela minha cara que deveria estar a demonstrar todo o desagrado por o que estava a passar?) quase certo.

No mesmo tom acabei por lhe dizer que independentemente de nós clientes reclamarmos por escrito ela própria também serviria de veículo de transmissão das reclamações de serviço dos clientes mas enfim ela não atingiu a idéia e continuava descontente comigo, paguei e dou duas passadas para o quiosque para recolher o café e tomei-o em direcção ao carro, ao me dirigir ao café ouvi a voz da filha “vai com cuidado na estrada”, eheheheh simpática.