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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

A Sorte da Raposa

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Coisas boas atraem outras iguais

06.02.21, Dulce Ruano

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Desde pequena que ouvia dizer pensamentos bons atraem coisas boas e quando se tem no pensamento maus agouros ou ruindades a vida lá se encarrega de dar aquilo que se pensa.

Senti na pele ambas as situações e quando percebi  que era preferível sentir coisas boas ao invés das más não foi nada dificil tomar decisões, claro está que o prazer de sentir que a nossa vida pode ser mais feliz com bons pensamentos porque depois atraímos coisas boas, nada nem ninguém nos convecerá do contrário.

A pensar e sentir assim e cada vez mais intuitiva acontecem-me coisas bonitas e também engraçadas e também interessantes, muitas fazem-me estar de sorriso nos lábios e outras dão mesmo para rir e ainda há outras que dão um grande gozo pela vida.

Grande apreciadora de tudo o que vem da terra devido ao seu estado mais puro e natural aprecio bastante uma plantinha que só há no inverno junto a levadas de água, verdinha, frágil de folha pequenina e caule tenrinho. Não se encontra à venda em superficies comerciais e quem pratica agricultura para vender raramente apanha o Meruge para venda.

Uma vez encontrei na praça semanal da cidade uma senhora que trazia uns molhitos para as suas freguesas habituais, só lhe comprava quem sabia porque arrecadava-os dentro do cesto por baixo da bancada, desde que descobri passei a ser sua cliente mas também percebi que se fosse a meio da manhã já não tinha.

A intenção de ir à praça bastante cedo não me correu bem, acordei tarde, senti que merecia por ser sábado mas quando pensei na minha intenção, disse um palavrão e ainda fiquei mais dez minutos na cama. Revoltada comigo mesma levantei-me, no pensamento ocorria-me que tudo havia de correr bem e que certamente ainda iria desfrutar de umas belas compras.

Ao entrar na praça dirijo-me para a bancada da Sra. Rita, cumprimento-a e peço-lhe a molhadinha do meruge já imaginando uma maravilhosa salada à hora do almoço, até me lambia só com o pensamento, porém, a Sra. Rita diz-me "Ohhh, olhe que já não tenho, já vendi tudo". Aiii. Estremeci. Chamei-me um nome bem feio. Pensei na hora tardia que tinha acordado e senti que era a minha sentença ditada, já não havia meruge.

Fiquei triste, engoli em seco, cerrei os lábios e esmaguei um no outro e disse à Sra. Rita que se ela não morasse num lugar tão distante e chato de se lá chegar que ainda lá iria buscar uma molhadazita, ela franziu a testa e creio que até teve pena de mim.

Fiz as compras sem nunca deixar de pensar no meruge e ainda tentei combinar com um senhor que também vendia os seus produtos e me disse sem certezas que talvez lá tivesse meruge na sua quinta mas não tinha tempo de confirmar para eu a poder ir buscar. Foi uma esperança que tive durante os cinco minutos de conversa. 

Final da manhã regresso, assim que entro em casa meu pai telefona-me: "Olha por acaso andas cá por cima, pela cidade ou arredores?" disse-lhe que tinha então acabado de chegar a casa e ele diz "Ahhh que pena, tenho cá uma sacada de meruge para te dar, vem cá buscar quando puderes"!

É por estas que tenho a certeza que sermos positivos e otimistas vale mesmo a pena.

Grata Universo  tenho tanta sorte