A chegada da Primavera traz coisas boas, clima ameno, mesmo com 24 horas temos dias maiores, a regeneração da natureza que é linda que se farta, frutas e vegetais deliciosos.

Esta estação traz-nos novas energias, alegria, felicidade e uma esperança, tipo dum acreditar sobre o mundo, sobre as pessoas em quem eu deposito confiança. Primavera traz também o despertar dos animais mobilizando bandos de passarada e aqui tenho um problema.

Naturalmente que os passarinhos têm o seu propósito como qualquer outro ser vivo e têm de se alimentar para sobreviver só me custa que sejam tão papistas ao ponto de comerem as cerejas todas da minha cerejeira, a qual eu passo o ano inteiro à espera de ver pintada e mal começam as primeiras pinceladas vem o bando dos desenfreados e comem tudo de uma levada só.

O ano passado por exemplo, a uma segunda-feira, combinaram entre todos deixarem-me sair de casa de manhã, sabiam que só chegava à tarde e durante o dia açambarcaram a cerejeira de tal maneira que nem os pés das cerejas lá deixaram para eu secar e fazer chá para problemas de micção caso os tivesse.

Todos os anos esta passarada, que são aos milhares, pelo menos é o que parece, se instalam numa Tuia gigante que tenho à entrada de casa, é uma árvore fechada e aquilo para eles é um autêntico hotel cinco estrelas, quando regressam ao fim do dia e enquanto não cai a noite é lá uma confusão, discutem entre eles, orquestram planos, é uma barafunda e um basqueiral terrível, nem uma conversa com alguém se ali pode ter porque eles dominam o ambiente completamente parecendo até que instalaram uns amplificadores para aumentar o som.

Em desabafo com a minha amiga Célia, pois está-se a chegar a época da cereja amadurecer, sim, aquela que eu espero o ano inteiro, estava-lhe a contar sobre este problema dizendo-lhe que apesar de uma grande admiradora e defensora da natureza estava capaz de pulverizar pela Tuia acima uns fumos agonizantes para deitar abaixo aquela passarada (Isto é só um desabafo que eu sou incapaz de matar bicharada) e ver se é este ano que como das minhas cerejas, ela responde que morriam aqueles mas depois vinham outros e não resolvia o problema eu digo-lhe que metia lá um cartaz intimidador para os próximos e ela diz que eles não sabem ler e que era melhor deixar lá alguns abatidos mas pendurados para que servissem de exemplo (Atenção que a Amiga Célia também é incapaz de matar bicharada), ainda assim só de imaginar uns espectros pendurados nos ramos é de cortar o coração e nem isto os iria afastar, portanto só me resta arranjar uma rede gigante do tamanho da cerejeira e protegê-la na tentativa de que tenha direito à colheita 

OBS.: Imagens retiradas de rede social