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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

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Como comecei a ter bigode

10.03.21, Dulce Ruano

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É Normal os homens terem bigode e as mulheres não, mas isto não se trata de uma questão ética trata-se acima de tudo de uma questão hormonal, ou seja, a partir da puberdade aumenta a produção da testosterona mas geneticamente falando o homem produz mais que a mulher o que justifica, duma forma generalizada, eles terem mais pêlos que elas. 

Há uns bons anos para trás, poucas mulheres davam importância à estética do ter ou não ter pêlos mas a evolução e as modas foram ditando que atualmente, não só as mulheres mas também os homens, rapam tudo o que é pêlos, penungens ou até pêlos ditos cabelos.

A minha genética sempre foi simpática comigo, quando iniciei a vida de teenager foi menos uma preocupação tendo em conta a barafunda causada pelas hormonas aos saltos que nem umas loucas mas no que respeita a pelugem pouco me atormentou. Na altura desconhecia se era ou não uma afortunada com a minha pilosidade, achei por bem ir-me acautelando e assim comecei a ter a minha primeira experiência de cortar pêlo.

Chegaram as férias de verão e a tão esperada viagem com os meus pais para a praia. As vésperas eram um frenesim naquela casa, preparar roupas, calçado, toalhas, biquinis, fazer malas, deixar a casa limpa, fechar janelas, portas, verificar torneiras, regar o jardim, despedir dos familiares, esvaziar o frigorifico, descansar cedo (tarefa ímpossivel), confirmar 78 vezes que o ferro estava desligado e a viagem toda com o aperto de poder faltar alguma coisa mesmo assim parte da conversa da minha mãe girava em torno do ferro se teria ficado ou não desligado!

Numa destas vésperas, talvez com os meus doze anos já só pensava no ambiente da praia, uma ansiedade que me dominava por ir viajar e entrar num ambiente de ver pessoas diferentes das que eu via todo o ano, os estrangeiros eram a grande novidade, em estilo, formas de estar, de vestir, de falar, de gostos pessoais, vibrava com aquilo tudo de tal forma que pouco tempo passava no areal ou na água, queria era mesmo desfrutar do ambiente, que anos loucos passei, os anos da descoberta.

Poucas horas antes de viajar olhei para o espelho e pareceu-me ver umas penugens que pareciam ter acabado de surgir na zona do buço, nunca me tinha dado conta e ai de mim que assim fosse para aquele ambiente de praia, meti-me dentro da casa de banho, fechei a porta à chave, era secreto o que ia fazer, a minha mãe andava a organizar tudo e não daria por mim, chinco uma gilette ao meu pai, pus um pouco de espuma de barbear e toca a cortar a penugem com passagem várias vezes de forma a garantir que tudo ficaria bem cortado.

Eis que o resultado final foi uma desgraça, além de estar com vários cortes na pele com os respetivos vestigios de sangue em várias direções estava com a zona da penugem tão lisinha e limpa que parecia ter feito uma cirurgia estética mal acabada.

O que eu chorei por aqueles pêlos, cheguei a pensar se os podia colar, estava com um aspeto horrível e desejava que a viagem fosse adiada por uma semana, como se não bastasse levei um enorme raspanete da minha mãe depois de um momento em que me distraí e não pus a mão a tapar a boca para ela não ver a minha desgraça. Vida de teenager é dificil, só quem passa. 

 

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