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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

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Como conviver com uma trapalhice

24.04.21, Dulce Ruano

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Há aqueles que constantemente andam metidos em trapalhices, ser-se trapalhão pode ser um defeito visto pela negativa mas pode-se tornar um estilo, por vezes, num modo engraçado de viver a vida, dependerá do grau de trapalhice e da forma como se encaram os acontecimentos. Tenho as minhas trapalhices mas, creio, num grau minimalista.

Regra geral quando me acontecem assimilo-as de forma leve e sem grunhir, irritam-me por breves instantes, digo meia dúzia de palavrões e aquilo passa, às vezes digo uma dúzia, depende do tamanho da trapalhice.

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Num final de tarde, após chegar a casa depois do trabalho, pego num iogurte com pedaços mas apesar de me apetecer achei que era melhor optar por um natural e misturar-lhe pedaços de fruta também natural, despejei o pote numa tigela, cortei um kiwi em pedacinhos e acrescentei a polpa dum maracujá, ainda assim travava o amargo e lembrei-me de juntar uma colher de mel.

Costumo ser prática em todas as minhas ações e para evitar de ir à despensa, trazer o pote de mel e voltar a pô-lo no lugar, levei a tigela á despensa com uma colher extra para recolher o mel e de seguida sentar-me no sofá por uns breves minutos ver qualquer coisa cor-de-rosa na televisão enquanto comia.

Perante o cenário perfeito, vou de tigela na direção da despensa mas antes já levava a colher de comer dentro, uma colher de cabo comprido, daquelas que são usadas nos cafés para mexer os galões, ao pousar a tigela numa prateleira não calculei bem o espaço com a prateleira de cima e surge a trapalhice, o cabo da colher bate na prateleira de cima que automaticamente levanta de dentro da tigela com uma colherada de iogurte e fruta espalhando-se por todo o lado, aquela mistura escorria da prateleira de cima para as duas de baixo e espalhou-se por vários sítios desde latas de conserva, caixa de cereais e no chão entranhou-se nas vergas duma cesta de batatas e ainda na fisga de madeira onde corre a porta.

 

Nem sei explicar muito bem o sentimento que me ocorreu naquele instante mas saiu-me uma dúzia da boca, fui ver dum pano e limpei, processo que durou umas quatro vezes, ainda assim só pensava na minha sorte que a mistura ainda não tinha o mel. Como não sou de rancores, logo que ficou limpo esqueci o assunto e fui-me sentar no sofá.

Acho que há quem faça pior, depende da sorte de cada um ou da importância que se dá à sorte.  

Nota: Imagens retiradas de uma rede social, não sei qual