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A Sorte da Raposa

Partilha de emoções, experiências, reflexões ❤

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O meu Bunker

23.09.20, Dulce Ruano

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Há objectos que apesar de não passarem de um objecto poderemos dar uma utilidade infinita de amor e admiração por nos servir tão bem. Há objectos que foram pensados com a finalidade de “facilitarem” a vida no nosso dia a dia e que cada um lhe dá a estima, a utilidade e admiração à medida das suas necessidades.

Uma televisão, por exemplo poderá ser um objecto maravilhoso e imprescindível para umas pessoas mas não o é de todo para outras, a mim, pessoalmente, pouca falta me faz a não ser quando me apetece descontrair por 5 minutos e comer um gelado ou uma pequena refeição num tabuleiro e completamente esbardalhada na Long Chaise do meu sofá. O sofá é outro objecto que também uso pouco, neste caso a televisão está para o sofá e vice-versa.

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Deste modo podemos verificar que tudo tem a sua utilidade e por tal é que umas pessoas têm umas coisas e outras tem outras coisas, isto é, cada um tem, os objectos que mais precisa, que mais valoriza, que mais se adaptam ao seu estilo de vida ou prazer individual ou colectivo.

Sou a favor da inovação e adaptação à evolução do mundo e sociedade em si, claro que penso muitas vezes o quanto eu era feliz no carro do meu pai sem cintos de segurança e o meu pai viajava para todo o lado sem um GPS, mas comunicava com pessoas, perguntava “Bom Dia, o senhor pode-me indicar se faz favor se esta estrada passa por Santa Comba Dão?”.

Não tínhamos telemóveis, viajávamos para férias, por exemplo e ligávamos duma cabine para a minha avó a dizer que estava tudo bem “Atão e por aí, também tá tudo bem? Nós já fomos à praia mas está cá muito calor”, era este tipo de novidades que dávamos à Familia e eram os únicos que recebiam uma chamadita já que os impulsos pagavam-se ao minuto e tínhamos de poupar para ainda comprar umas prendas aos avós.

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Que nada destas modernices nos fazia falta, claro que não, havia mais confiança em nós e nos outros, havia segurança, comunicação e andávamos mais descontraídos, pelo menos não tínhamos um telefone atrás de nós a tocar a qualquer hora ou lugar, que paz que tínhamos e não sabíamos.

Apesar de tudo agradam-me as modernices, dão bastante jeito porque na verdade nos ajeitámos a elas e vive-se em função destes objectos o que implica sermos mais rápidos, inserirmos mais actividades e funções na nossa vida, mais conhecimentos, habilidades, destreza e ao mesmo tempo permite-nos fazer umas acrobacias que antes não seriam sequer possíveis.

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Algum dia nos passaria pela cabeça a infinidade de coisas que podemos fazer com um simples telemóvel, digo simples porque antes só serviam para atender e fazer chamadas e ainda trocar umas mensagens, hoje, estas funções quase que perderam a sua dimensão, em vez de ligarmos a alguém, ligamo-nos ao mundo ainda que por muitas vezes seja virtual, o que é certo é que passaram a ser objectos imprescindíveis para a maioria das pessoas, ressalvo, claro, os resistentes, o que implica serem aparelhos muito mais potentes e com inúmeras funções o que também nos leva a usar outros objectos associados para que não fiquemos sem a dita bateria onde quer que estejamos.

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Apareceu o PowerBank, dos mais diversos modelos e possibilidades de atuação, nem vou tão pouco expressar sobre isso devido à sua diversidade. Pessoalmente tentei resistir-lhe o máximo tempo possível mas quando se tem uma vida agitada como a minha em que chego a tanta coisa e pensar em poupar a bateria ou ter de me preocupar com o carregamento, já não dá, preciso de me poupar para as inúmeras tarefas em que me meto, assim, tive de arranjar um só para mim.

Inicialmente achei que o iria usar só em casos específicos que poderiam acontecer tipo uma ou duas vezes num ano, a seguir senti-lhe o sabor da grande utilidade que passou a ser na minha vida, uso-o em qualquer circusntância, mesmo que esteja com uma tomada eléctrica a meio metro de mim.

Pedi ao meu marido que o comprasse, já que ele é um perito nas matérias da informática e tecnologias, assim que o encomendou comecei a persegui-lo para saber quando chegava e o curioso é que a primeira vez que perguntei não me saia o raio do termo “PowerBank”, sem querer saiu-me um pequeno disparate com o termo de “Bunker”.

Durante uns dias, até chegar a encomenda perguntei várias vezes “Quando chega o meu Bunker” que de seguida ele mesmo se foi habituando à ideia deste novo termo. Assim o batizei de “Bunker”.

Além de lindo que é, cor azul petróleo e apesar de não ser dos mais top, apaixonei-me por ele a partir do primeiro uso, que luxo, que cómodo, tão prático. Mais um objecto que passou a andar comigo para todo o lado, não é que precise mas passei a dar-lhe essa necessidade por opção pessoal, porque gosto mesmo muito dele.

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O meu Bunker, se pensar bem, acaba por ser o meu porto de abrigo, imagine-se lá que com a vida agitada que tenho se não é meu amigo, é, é sim.

Além de me ser bastante útil olho para ele como algo maternal, algo que sacrifica as suas forças e as transfere como se um filho se tratasse, carrega-se de energia para usar no filho e por vezes, tal como as mães e pais também vão abaixo, por exaustão até novo carregamento, até ao ganho de nova energia.

Os “Bunkers”, na maioria, acho eu, são discretos, são belos, são práticos, não fazem ruído, gabo-lhes a estética de simplicidade que têm em paralelo com a sua utilidade, o meu em particular, modéstias à parte, é o mais lindo de todos e de gostar tanto dele, quase que o humanizo além de que lhe sou fiel, é tipo de uma troca de favores que fazemos um ao outro.

Quando optei por comprar o meu Bunker foi porque estava quase nas vésperas de fazer uma longa viagem de vários dias e seria muito incerto os lugares onde poderia carregar o telemóvel, ainda assim a minha Amiga Célia diz que foi ela que me incentivou e despertou para ter um, por mais que eu lhe diga que a decisão foi por necessidade ela amadrinhou-se de tal afirmando que incentivou a compra e para que ela sinta que faz parte desta minha paixão, porque faz e só nós sabemos, lá tenho eu que aqui expressar que, sim, ela fez parte desta decisão e estou-lhe grata por isto