O meu primeiro concerto
Dei inicio à vida de concerteira, posteriormente de festivaleira, há 31 anos com um bilhete igual a este.
Queria o diabo me perseguir que andava a tirar a carta de condução e o filho da mãe do exame calhou ser marcado para dia seguinte!
Naturalmente ressacada, pois no dia 16 de Junho estava quente para caraças à volta de Alvalade, tinha lá agora cabeça para ir fazer um exame de modos que não levei o documento de identificação e o senhor engenheiro nem no carro me deixou mexer exibindo logo ali o chumbo sem nada sequer ter feito!
Quanto ao mega concerto, afinal tanto basburinho porque o pessoal do metal é marado e não sei que mais e o que lá vi foi muito amor, paz e montes de diversão aquilo agradou-me e não mais parei.
Um dos amigos do meu grupo só via morangos à frente, mas acho que foi da garrafa de whisky que encontrou ao sol e bebeu às 4 e meia da tarde, outro subiu para um ramo de uma árvore e ficou mal disposto e os xungas dos seguranças não me deixaram levar as sandes de fiambre nem os pacotinhos de sumo de pêssego, o que me custou deitar tudo para o contentor apesar de reclamar disseram que dentro do recinto havia de tudo para comprar.
Que chunga!! fiquei danada!
Como não havia smartphones também não levavamos máquinas fotográficas porque os seguranças não as deixavam passar, ainda assim havia quem fosse ousado e as metesse nas cuecas por isso as fotografias ao concerto eram excassas e a definição não prestava.
Suicidal Tendencies foi uma boa malha e boa surpresa.
The Cult foi uma tremenda loucura, senti-me sardinha em lata e o calor era tanto que a organização tinha mangueiradas sobre nós, que bem soube, havia uma miúda sobre os ombros dum rapaz que estava com as mamas de fora e toda se regalou quando a água lhe caía em cima.
Depois vieram os Metallica, cheios de vigor pareciam uns touros acabados de chegar à praça, muita adrenalina, energia e suor, deram o melhor, foi um grandessíssimo concerto.
Junto ao palco abriram-se clareiras e de repente fechavam num enorme reboliço, por cima via-se uma nuvem de pó castanho claro.
O ambiente à volta, dos melhores onde estive, muita cumplicidade, muitas vibrações boas.
Vivi o dia e a noite intensamente, percebi que aquela experiência ainda só era a primeira
Quanto ao exame lá teve que ser novamente marcado, outra vez pago e lá se fez já com a cabeça no lugar e o documento de identificação impresso na testa para que se visse bem, desde esse dia que fiquei habilitada a conduzir.