Vai aqui uma paranoia :)
Espelho meu, espelho meu, existirá alguém mais medricas que eu? Sim, medricas sim de permanecer mais que um minuto dentro de uma sauna, um banho turco, um Hamman, sim, uma grandessíssima medricas!
Frequentar um lugar de relaxamento, desfrutar dos serviços e aproveitar ao máximo. Sempre me questionei como fazer para “aproveitar ao máximo”, expressão tantas vezes usada pelas pessoas que nos desejam o melhor.
Concluí que este “máximo” quer dizer desfrutar de algo onde me sinta bem.
Por exemplo, se num SPA gostar mais estar dentro dum jacuzzi do que na piscina então passo mais tempo no jacuzzi e isso é “aproveitar ao máximo”, fazer aquilo que mais gostamos e nos dá prazer.
Tudo muito bonito não fosse eu continuar a debater-me com o dilema de algumas destas terapias terem uma porta e que nem têm trinco, mas a porta está lá.
Entre uma sauna, um banho turco (neste caso até prefiro um Hamman) poucas reticências faço porque adoro estar nos três, um seco a alta temperatura em que sinto os poros todos a abrir como crateras e os outros húmidos e quentes que me relaxam totalmente. No Hamman adoro estar deitada e aqui sim, aproveito ao máximo, sem dúvida que os árabes sabiam bem o que estavam a inventar e em boa hora chegou à nossa cultura para nosso prazer.
Ainda assim sendo um ritual de purificação humana e apesar do prazer que me dão estas terapias, sabendo do bem que fazem ao nosso corpinho e mente possuem um enorme defeito: Têm uma porta.
Confesso que mais de uma vez olhei para a maçaneta das portas a tentar encontrar grandes trincos com cadeados e não estão lá, sei que as portas não fecham à chave, já fiz figura de Mr. Bean a estudar bem os pormenores de como abrem e como fecham, convencida mas mal convencida, nunca me sinto segura dentro de um espaço destes.
Fecho os olhos, inspiro, expiro, descontraio os músculos e a seguir penso no terror que seria a porta emperrar, sabe-se lá, penso sempre que é a mim que um dia isto acontece, visualizo logo as manchetes dos media “pessoa encontrada asfixiada pelas altas temperaturas duma Sauna devido a porta ter bloqueado o fecho”.
Naturalmente que levo isto na boa e passo o tempo todo a saltitar de lugar em lugar como uma miúda traquinas de quatro anos, irrequieta e desobediente, a única diferença é que não tenho 4 anos e a grande questão é que não usufruo “ao máximo”, acredito até que devo ser bastante desagradável para quem está a usufruir da terapia, é que não deixo ninguém sossegado, abro a porta, fecho, entro noutro sitio, saio, volto a entrar noutro, volto a sair, que sirigaitice! E a culpa toda é da porta.
Por mais que me tente mentalizar que é tudo macaquinhos inventados por mim, as portas não me prendem, escusado será dizer que de todas as experiências que já tive e em lugares diferentes todas me meteram uma impressão danada, tento me abstrair e só penso que fico trancada, ao mesmo tempo também penso que depois ninguém dá conta nem me socorre!
Não se trata de claustrofobia pelo menos no seu mais profundo significado, admito mais uma paranóia minha e paranóias destas têm resolução, treinar a mente e, está claro, entrar nestes lugares várias vezes … ahhhhh se pudesse estaria lá agora kkkkkk hmmm ….